Ela estará presente em todos os jogos da Copa e meses antes de a
maior competição de futebol do planeta começar, já chama a atenção de
todos. A bola do Mundial voltou às origens e vai desfilar com seu preto e
branco pelos gramados na Rússia. Os painéis, antigamente chamados de
gomos, chegam com um formato inédito e que despertou elogios dos
“especialistas”.
“Ela é muito bem feita e eu gostei bastante. É uma bola rápida, mas
que não varia tanto como outras. Achei realmente muito boa”, afirma o
goleiro Cássio, do Corinthians. Ele teve contato com o novo material na
Florida Cup e sonha poder segurá-la na Copa – o jogador é cotado para
ser um dos três goleiros do Brasil na Rússia.
Na evolução da bola, outro elogio de Cássio é em relação ao contato
com suas luvas. “Outra coisa interessante é que ela não escorrega”,
comenta. A intenção da fabricante, a Adidas, foi essa mesma: de
possibilitar que a bola tenha uma boa trajetória durante o voo, mas que
seja possível de defendê-la. Só que para além do que os olhos enxergam, está uma alta tecnologia
que será usada pela Fifa nesta edição. O chip embutido na Telstar 18,
que recebeu esse nome por homenagear sua parente distante que foi usada
na Copa de 1970, possibilita uma série de ações. Para a entidade que
cuida do futebol, as bolas que estarão nos campos russos poderão ser
monitoradas em tempo real.
“O chip funciona como um código de barras. O importante é o leitor, o
chip é apenas uma parte. Na Copa, a Fifa consegue ter todos os dados
reais da bola, como deslocamento, velocidade, posicionamento global… A
decodificação será feita só para a Fifa com as bolas da Copa”, revela
Bruno Almeida, gerente sênior de relações públicas da adidas. “Para o
torcedor, a bola terá um chip passivo, para evitar o hackeamento da
bola. Ele foi desenvolvido para que o consumidor possa interagir”, diz.
A história das bolas da Copa mostra justamente essa evolução
tecnológica. Se as primeiras encharcavam a ponto de dobrarem seu peso em
partidas debaixo de chuva, agora as bolas mais modernas são testadas em
laboratório e absorvem apenas 0,8% de água, uma quantidade bem abaixo
do limite permitido pela Fifa.
“Toda vez a bola da Copa é uma surpresa. A da Alemanha foi a primeira
bola sem costura. Ela tinha os painéis arredondados, mas depois
verificou-se que esse formato pode propiciar uma perda pequena na
trajetória aérea. Por isso veio a ideia de fazer ângulos mais retos”,
explica Almeida.
Outro detalhe curioso é que nas últimas edições as bolas eram sempre
coloridas. Só que para 2018 a fabricante voltou às origens e utilizou o
preto e branco, para delírio de muito torcedor, que diz agora que ela é
uma “bola raiz”. “Quando ela está girando, lembra a bola de 1970 e tem
uma ótima visibilidade. A gente não esquece nossas origens, mas
valorizamos a criação”, garante.
Ele lembra que os testes em laboratório indicam 20% da qualidade da
bola. Os outros 80% vêm do feedback dos jogadores. E se o torcedor ainda
está se acostumando com a Telstar 18, na sede da empresa, na Alemanha,
ela já faz parte do passado. O processo de criação da bola da Copa de
2022, no Catar, já começou. “A cada ciclo de Copa começam os estudos e
preparação para a próxima bola. Quando fui na empresa, já tinha uma
parte interditada no laboratório por causa disso. É um segredo total”,
avisa.
Fonte: IstoÉ
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