O pedreiro Raimundo Gonçalves de Jesus Gomes e a esposa
Marceles de Jesus Gomes, 30 anos, residentes no bairro do Tomba, fazem um apelo
para conseguir a regulação do filho Miguel Rian de Jesus Gonçalves, que nasceu
no dia 12 de dezembro do ano passado no Hospital da Mulher, em Feira de
Santana.
A mãe contou que passou por exame pré-natal e não foi
descoberto que ela tinha um parto de risco. Disse que a bolsa estourou em casa
e quando procurou a unidade de saúde encontrou dificuldades para ser atendida,
mas diante da intervenção de uma médica foi aceita. Ainda de acordo com ele, a
médica fez o toque e descobriu que o cordão umbilical estava envolto no pescoço
do bebê, sendo necessário o parto cesário.
Após o procedimento o quadro de saúde da criança se agravou
e de acordo com o Hospital da Criança, desde o dia 12 do mês passado vem sendo
feitos pedidos de regulação para o Hospital Estadual da Criança (HEC) ou outra
unidade médica em Salvador.
“Eu me sinto incapaz, meu esposo desempregado, a gente
esperando a melhora do governo, a melhora da saúde e cada dia que passa,
piorando, a gente não recebe a ajuda de nenhum lugar”, lamentou a mãe. “A gente
paga tanto imposto, a gente anda certo e tá acontecendo uma coisa dessa”,
completou o pai.
Ela contou que ficou internada durante 15 dias após o parto
por causa de complicações no processo de cicatrização do corte na barriga,
tomando antibióticos e sem poder ver o filho. Segundo a dona de casa, a
situação da criança no momento é estável, está sedada, mas o quadro está
piorando. “A gente que aguardar, tem que ter sangue de barata e engolir, e
ficar esperando, até dizer assim: seu filho faleceu”, desabafou.
Falta de vagas
Segundo a presidente da Fundação Hospitalar de Feira de
Santana, Gilbert Lucas, desde o nascimento da criança, o Hospital da Mulher vem
tentando a regulação para o HEC ou uma unidade que disponha de vaga em
Salvador. Ela explica que o caso da criança é grave e necessita de uma unidade
de alta complexidade.
“A gente vem tentando diariamente a regulação. É uma criança
que precisa passar por uma cirurgia, realizar também a traqueostomia e
gastrotomia com urgência. Então, ele precisa ir para uma unidade de alta
complexidade para fazer esses procedimentos e é uma criança grave e que precisa
ser regulada com urgência”, informou Gilbert.
A presidente da Fundação Hospitalar informou ainda que o
Hospital da Mulher se responsabiliza com a UTI Móvel para realizar a
transferência assim que surgir uma vaga para o bebê. Segundo Gilbert, crianças
chegam a ficar de 30 a 90 dias no Hospital da Mulher, à espera da regulação.
Blog Central de Polícia, com informações e fotos de Sotero
Filho.
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