Suspeito visitou esposa internada após agressão e foi preso; 'Psicopata', diz delegada.
Aparecida Teles de Almeida, 47 anos, morreu após ser espancada pelo
marido, Valdeir da Silva, 53, no município de Itamaraju, no Sul da
Bahia. O casal estava junto há quatro anos e, desde o início do
relacionamento, ela era agredida pelo companheiro, de acordo com a
polícia. Aparecida morreu nesta segunda-feira (22), após passar uma
semana internada no hospital municipal.
De acordo com a delegada Rosêngela Souza, responsável pelo caso, Valdeir
possuía quatro registros por agressões e até já havia sido foi preso,
mas saiu depois que Aparecida pagou sua fiança. “Ele [Valdeir] foi preso
e ela já tinha pedido medida protetiva, mas ela pagou fiança para ele.
Foram várias denúncias aqui”, conta a delegada.
Os parentes da vítima também chegaram a denunciar o agressor. Valdeir,
no entanto, negava os ataques e dizia que as lesões eram causadas por
quedas. Em um boletim, Aparecida chegou a dizer que tinha vontade de
separar, mas que era ameaçada pelo companheiro.
Drogas e violência
De acordo com a polícia, o casal era usuário de crack e costumava
exagerar nas bebidas alcoólicas. Ela teria começado a usar drogas quando
ainda era casada com o ex-marido, de quem teve três filhas.
Na última vez que a mulher apareceu na delegacia foi em novembro
passado. “Eles chegaram a se afastar por um tempo, mas depois voltaram.
Quando a mãe dela morreu, eles invadiram a casa da família e passaram a
morar juntos”, relata Rosângela Souza.
Preso ao visitar vítima
A delegada só ficou sabendo do crime porque o médico, Welson Jorge
Rocha, do Hospital de Itamaraju, ligou para a delegacia, informando que
uma mulher estava internada com sinais de espancamento.
Quando a delegada chegou ao hospital, percebeu que a mulher era
Aparecida. Valdeir também estava no local e foi levado para a delegacia.
“Eu cheguei lá e percebi que se travava de Cida. Valdir estava
visitando ela e eu fiz a prisão em flagrante”, contou a delegada
Rosângela.
Na delegacia, Valdeir alegou que a mulher tinha começado a passar mal no
dia 15 de janeiro. Segundo ele, a vítima estava fraca e já teria
desmaiado ao levantar da cama. Por conta da enfermidade, alegou ele, a
esposa teria caído e tropeçado em uma mesa de centro. O homem levou a
mulher ao hospital, na manhã do dia seguinte, mas ela voltou pra casa.
“Ele é psicopota. As mulheres estão sendo agredidas e não fazem nada. Isso precisa mudar”, defendeu a delegada.
O suspeito iria responder somente por agressão e violência doméstica,
mas, após a morte da vítima, ele foi denunciado por feminicídio.
Fonte: Correio 24 Horas
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