Pré-candidato do PSL à Presidência da República nas eleições de 2018, o deputado federal Jair Bolsonaro
(RJ) foi vaiado duas vezes durante sabatina na Marcha a Brasília em
Defesa dos Municípios, organizada pela Confederação Nacional dos
Municípios (CNM). Ele foi o primeiro dos pré-candidatos a ser
hostilizado pela plateia, por ter dado respostas consideradas curtas e
não se aprofundado no tema em debate. O caso ocorreu nessa quarta-feira.
Após a primeira vaia, ele perguntou: “É para mim ou pelo tempo?”, em
referência ao fato de não ter usado os quatro minutos disponíveis para
resposta. “Já estou satisfeito. Vamos para a próxima”, disse ao encerrar
sua fala antes da hora.
Bolsonaro respondeu a questões da pauta municipalista – como repasses
de verbas para saúde, educação e saneamento básico – e também se
firmaria o compromisso de receber os representantes dos municípios a
cada três meses.
Na segunda onda de vaias, ele subiu o tom de voz: “Quem tiver ideias,
por favor, me procure. Não vim aqui para dizer que sou melhor do que os
outros. Não tem solução fácil. Não tem espaço aqui para gente que, na
base do grito e do gogó, diz que vai resolver”, disse.
O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, ponderou que Bolsonaro poderia
virar presidente e que todos os partidos estavam representados no
plenário — em referência aos prefeitos. “Vamos respeitar e evitar a
intolerância”, disse.
Ao iniciar sua participação no palco, o deputado avisou que estava
“segurando os ataques” que recebe desde que assumiu a pré-candidatura.
Ele considera que a campanha será marcada por um “vale-tudo”. “Meu pavio
foi curto no passado, cresceu agora”, disse o capitão da reserva do
Exército.
Aos prefeitos, Bolsonaro sugeriu a extinção do Ministério das Cidades
— “alvo de cobiças e luta fratricida dentro do Parlamento”, segundo
ele. Ele propõe que o governo federal repasse os recursos diretamente
para as prefeituras, sem intermediação da pasta. “Quero ficar sábado e
domingo na praia. Se não desburocratizar e mandar o dinheiro direto para
os senhores, isso não será possível”, disse o parlamentar.
Fonte: Veja
Online
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