Mais de 4,7 milhões de baianos convivem com a seca. Isso representa 32%
de toda a população do estado. O dado é da Defesa Civil da Bahia, que,
só este ano, já decretou situação de emergência em 219, dos 417
municípios baianos, por conta do longo período de estiagem.
Em meio a este cenário difícil, o sertanejo resiste e busca alternativas
para conviver com a seca. A primeira solução veio do solo rachado:
"árvore sagrada do sertão". Assim chamada por Euclides da Cunha, o
umbuzeiro é usado e serve de inspiração na construção de tecnologias
para convivência com a seca.
A árvore, típica do semiárido, vive, em média, 100 anos e pode armazenar
até mil litros de água na raiz. E além disso, produz uma batata, que,
em época de grande estiagem, é utilizada como alimento. E foi dessa
estrutura que surgiu uma tecnologia chamada "batata de salvação". O
sistema consiste em distribuir a irrigação para plantas frutíferas, por
meio de reservatórios com água enterrados no solo, que se distribui para
planta por uma corda ou barbante pelo princípio de capilaridade.
"Esse reservatório é feito com garrafa pet e corda de nylon. É simples e os resultados são excelentes. Temos exemplo de um produtor em Queimadas, no Nordeste da Bahia, que, com essa tecnologia, conseguiu salvar a produção por 15 dias", exemplifica Camila Oliveira, assessora da Fundação de Apoio à Agricultura Familiar do Semiárido da Bahia (Fatres), que desenvolveu a "batata" em conjunto com pequenos produtores.
"Esse reservatório é feito com garrafa pet e corda de nylon. É simples e os resultados são excelentes. Temos exemplo de um produtor em Queimadas, no Nordeste da Bahia, que, com essa tecnologia, conseguiu salvar a produção por 15 dias", exemplifica Camila Oliveira, assessora da Fundação de Apoio à Agricultura Familiar do Semiárido da Bahia (Fatres), que desenvolveu a "batata" em conjunto com pequenos produtores.
A Fundação nasceu em 1996 e, desde então, busca alternativas para ajudar
comunidades rurais. "Numa escala de 720 agricultores atendidos hoje
pela Fatres, 400 utilizam a "batata de salvação". Algumas famílias
conseguem ir além da subsistência e produzem para vender, explica Camila
Oliveira.
Água da chuva - Outro exemplo de boa convivência com o sertão vem de uma pequena propriedade em Riachão do Jacuípe, a 66 km de Serrinha. O produtor rural Eduardo dos Santos começou a armazenar água da chuva e hoje tem uma diversidade de culturas: planta cana, sisal, limão, laranja, hortaliças, tudo sem uso de agrotóxicos, e ainda cria cabras e vacas leiteiras.
Ele conta que, no período chuvoso, a água é coletada em dois barreiros e duas cisternas que acumulam juntas mais de cem mil litros. Isso diminuiu a dependência do produtor de fontes externas de água, como os caminhões-pipa.
Nos últimos 20 anos, Eduardo transformou uma terra que não tinha nada em uma fazenda produtiva com a ajuda do Movimento de Organização Comunitária (MOC). É uma Ong baiana que oferece capacitação e assistência técnica de graça a mais de mil e quatrocentas famílias em oito municípios do sertão, há mais de 50 anos. Os técnicos ensinam a plantar variedades que se dão bem no clima quente e a estocar água e alimentos.
"A gente vem tentando mudar e conseguimos com várias famílias que estão produzindo, que estão tendo qualidade de vida, estão tendo renda e é com isso que a gente consegue manter o homem do campo na propriedade", diz Ivamberg Silva, técnico agropecuária do MOC. Matéria publicada originalmente no site G1/Bahia.
Água da chuva - Outro exemplo de boa convivência com o sertão vem de uma pequena propriedade em Riachão do Jacuípe, a 66 km de Serrinha. O produtor rural Eduardo dos Santos começou a armazenar água da chuva e hoje tem uma diversidade de culturas: planta cana, sisal, limão, laranja, hortaliças, tudo sem uso de agrotóxicos, e ainda cria cabras e vacas leiteiras.
Ele conta que, no período chuvoso, a água é coletada em dois barreiros e duas cisternas que acumulam juntas mais de cem mil litros. Isso diminuiu a dependência do produtor de fontes externas de água, como os caminhões-pipa.
Nos últimos 20 anos, Eduardo transformou uma terra que não tinha nada em uma fazenda produtiva com a ajuda do Movimento de Organização Comunitária (MOC). É uma Ong baiana que oferece capacitação e assistência técnica de graça a mais de mil e quatrocentas famílias em oito municípios do sertão, há mais de 50 anos. Os técnicos ensinam a plantar variedades que se dão bem no clima quente e a estocar água e alimentos.
"A gente vem tentando mudar e conseguimos com várias famílias que estão produzindo, que estão tendo qualidade de vida, estão tendo renda e é com isso que a gente consegue manter o homem do campo na propriedade", diz Ivamberg Silva, técnico agropecuária do MOC. Matéria publicada originalmente no site G1/Bahia.
Do Portal Cleriston Silva PCS
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