Na manhã desta quarta-feira (27) membros da Equipe Interprofissional da Secretaria Municipal de Educação e dos Conselhos Tutelares I e II participaram de uma capacitação sobre o tema, na Seduc.
Cada vez mais comuns, os casos de automutilação entre adolescentes já
viraram uma preocupação para os profissionais no âmbito da saúde e, em
algumas situações, da educação também. E o que é mais grave: o
adolescente que se automutila pode ser, no futuro, um suicida em
potencial, alertam os especialistas.
Na manhã desta quarta-feira (27) membros da Equipe Interprofissional da Secretaria Municipal de Educação e dos Conselhos Tutelares I e II participaram de uma capacitação sobre o tema, na Seduc.
A formação integrou o calendário de atividades do Projeto de Prevenção à
Violência Escolar, Prevesc, de iniciativa da Seduc, além de fortalecer a
atuação da equipe junto ao NIEVS, Núcleo Interdisciplinar de Estudos
sobre Vulnerabilidade e Saúde, do Departamento de Saúde da Universidade
Estadual de Feira de Santana; a capacitação foi dirigida por
profissionais do NIEVS.
De acordo com a professora Sinara de Lima Souza, coordenadora do núcleo,
apesar da falta de dados, sabe-se que há um significativo crescimento
dos casos de automutilação e ideação suicida, principalmente entre os
adolescentes.
O trabalho mais integrado entre as duas equipes deve, entre outras
medidas, facilitar o acesso à informação pelos gestores escolares e
coordenadores pedagógicos que estão nas escolas públicas, além da busca
por ajuda e assistência mais especializada.
“Os profissionais de saúde e educação podem ser melhor orientados e
instrumentalizados para este tipo de situação que é muito específica. Na
verdade, todos estamos aprendendo a lidar com estas ocorrências”,
admite Sinara de Lima Souza.
Segundo o NIEVS, é fundamental a orientação aos professores, pois “na
maioria das vezes é na escola que são identificados primeiramente os
casos em que os alunos precisam de ajuda”, observa.
A professora disse que é importante entender o contexto de vida destes
adolescentes, de onde ele está vindo, as causas deste sofrimento. “Ao
contrário do que muita gente pensa, estes sintomas muitas vezes não são
‘modinha da idade’, ‘algo que vai passar com o tempo’. Não se deve
ignorar por que, ao contrário do que se pensa, essa situação tende a se
agravar”, alerta.
Orientações à família
É extremamente relevante a posição dos familiares e das pessoas próximas
aos adolescentes durante essas situações de automutilação.
A conduta mais indicada, alertam os profissionais, é evitar críticas e
atitudes repressoras; o que se deve fazer, ao contrário, é escutar e
buscar compreender o momento pelo qual o jovem está passando. “O que
pode parecer uma frescura, para quem sofre, é algo que causa dor,
inclusive, a dor física é usada para aliviar a dor da alma, no
psicológico”, alerta Sinara.
Do Acorda Cidade
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