Atual presidente da Câmara e um dos principais
defensores da agenda de reformas, Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi reeleito em
primeiro turno nesta sexta-feira (1º) e comandará a Casa por mais dois anos. O
parlamentar teve 334 votos.
Rodrigo Maia foi eleito pela terceira vez com 334 votos |
Agora, caberá a Maia tocar a agenda econômica do
governo de Jair Bolsonaro (PSL), à qual já se declarou favorável. A reforma da
Previdência, por exemplo, deve ser enviada ao Congresso ainda em fevereiro e
terá de ser aprovada na Câmara antes de seguir para o Senado, tarefa que não
foi possível no governo de Michel Temer.
Além disso, terá que lidar com pressões das bancadas
temáticas, como a evangélica, ruralista e da bala, para colocar em votação
projetos da agenda de costumes do governo, como o Escola Sem Partido. Nesse
campo, tem dito nos bastidores que deve segurar propostas.
Para conseguir se eleger pela terceira vez
consecutiva, fato inédito na Câmara, Maia contou com o apoio de partidos de
todos os lados do espectro político.
Rodrigo Maia é deputado do DEM do Rio de Janeiro |
Fazem parte do bloco centrado em torno do atual
presidente da Casa partidos do centrão como PP, PR, PRB, Solidariedade e
Podemos, bem como o PSL do presidente Jair Bolsonaro e siglas da centro
esquerda, como PDT.
Com o voto secreto, é impossível determinar quais
votos vieram de partidos da base do atual presidente e quais partiram de
dissidências como de alas do PT e do PSB que, reservadamente, admitiam votar em
Maia.
De outro lado, há parte dos partidos do chamado
centrão, como o PP, e do próprio PSL, que resistiam à ideia da reeleição e
podem ter partido para outro candidato.
Maia se elegeu pela primeira vez em 2016 para um
mandato-tampão depois da renúncia do então presidente da Casa Eduardo Cunha
(MDB-RJ). Com uma improvável aliança entre setores da esquerda e PSDB e DEM
-logo após o impeachment de Dilma Rousseff- chegou à cadeira derrotando o
candidato de Cunha, Rogério Rosso (PSD-DF).
Depois, em 2017, enfrentou resistência de
adversários que afirmavam que ele não poderia concorrer, já que a Constituição
veda a reeleição na mesma legislatura. Venceu, no entanto, a tese de que isso
não era aplicável a mandatos-tampão e o parlamentar levou no primeiro turno,
com 293 votos.
Fonte: Folhapress/ Foto: Alex Ferreira
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