O ministro
Osmar Terra, da Cidadania, publicou vídeo nesta segunda-feira (22)
falando de algumas mudanças na Lei de Incentivo à Cultura – para
começar, o nome Lei Rouanet não será mais usado pelo governo. Na quarta,
uma instrução normativa deve ser publicada no Diário Oficial da União
com as alterações.
A lei,
criada em 1991, autoriza produtores culturais a buscarem investimento
privado para seus projetos. Em troca, as empresas podem abater até 100%
do valor investido no Imposto de Renda. A Lei Rouanet é o principal
mecanismo de incentivo à cultura do Brasil.
O limite
para captação de recursos pela lei vai baixar de R$ 60 milhões para R$ 1
milhão por projeto, conforme o presidente Bolsonaro já tinha
antecipado. Uma mesma empresa que apresente várias propostas diferentes
poderá receber no máximo, somando todos os eventos patrocinados, R$ 10
milhões. O limite anterior também era de R$ 60 milhões.
Alguns
eventos chamados de “populares” serão exceção, como o Festival
Folclórico de Parintins, no Amazonas, e o Natal Luz, em Gramado (RS),
que poderão captar até R$ 6 milhões. Também ficam fora do limite casos
de restauração de patrimônio tombado, construção de teatros e cinemas em
cidades pequenas e planos anuais sem fins lucrativos, casos de museus e
orquestras.
“Com isso,
vamos enfrentar a concentração de recursos nas mãos de poucos. Com o
mesmo dinheiro, mas melhor distribuído, vamos ter muito mais atividades
culturais e artistas apoiados, dando oportunidade para os novos
talentos”, destaca o ministro.
Outras mudanças
Com as novas regras, cada projeto
beneficiado deve reservar de 20% a 40% de ingressos gratuitos, que serão
distribuiídos para famílias de baixa renda, de preferência, com
Cadastro Único. A lei atual prevê 30% de ingressos gratuitos, mas apenas
10% com destinação social. Os outros 20% são para ações promocionais e
de patrocinadores.
“Nós
queremos que a população mais pobre vá ao teatro, ao cinema e às mais
diversas atividades culturais. Por isso, quem usar recursos da Lei de
Incentivo à Cultura vai precisar oferecer de 20% a 40% dos ingressos de
graça”, afirma Terra.
As regras
em vigor também separam 20% dos ingressos para “preços populares”. Pelo
que já foi anunciado, o percentual será mantido, mas o preço máximo
desse tipo de entrada cairá de R$ 75 para R$ 50. O ministro diz ainda
que os produtores terão que fazer “ações educativas” nas escolas e
comunidades, com parceria com as prefeituras. Além disso, haverá editais
específicos para projetos totalmente feitos fora do eixo Rio-São Paulo.
Pente fino
As prestações de conta que já foram
feitas sofrerão um “pente fino” da parte de um comitê. A partir de
agora, essas prestações serão em tempo real pela internet. “Os
brasileiros, que estão cansados de ouvir falar dos abusos no uso dos
recursos da Lei Rouanet, podem ter certeza que isso está acabando. Vamos
enfrentar a concentração de recursos públicos beneficiando poucos.
Nossa nova lei de incentivo vai aumentar o acesso da população
brasileira à cultura, especialmente para as pessoas mais pobres. Nossas
ações também terão foco no estímulo ao surgimento de novos talentos, no
fortalecimento de ações de inclusão social, formando profissionais na
área artística e promovendo a cultura popular”, diz o ministro no vídeo.
Do Correio24horas
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