Os países do G7 concordaram nesta segunda-feira (26) em liberar US$ 20 milhões (cerca de R$ 83 milhões) para ajudar a conter as queimadas na Amazônia, sendo a maior parte do dinheiro para o envio de aeronaves de combate a incêndios florestais.
O Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, fala à
imprensa, após reunião
com os integrantes do Centro de Operações |
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse hoje (26) que a
ajuda prometida pelo G7 aos países afetados pelos incêndios na região
amazônica será bem-vinda. Salles ressaltou que os recursos serão
utilizados segundo critérios estipulados pelo Brasil.
“Quem vai decidir como usar recursos para o Brasil é o povo
brasileiro e o governo brasileiro. De qualquer forma, a ajuda é sempre
bem-vinda”, disse em evento promovido pelo Sindicato da Habitação de São
Paulo (Secovi).
Os países do G7 concordaram nesta segunda-feira (26) em liberar US$
20 milhões (cerca de R$ 83 milhões) para ajudar a conter as queimadas na
Amazônia, sendo a maior parte do dinheiro para o envio de aeronaves de
combate a incêndios florestais.
O ministro Ricardo Salles pediu ainda aos países desenvolvidos e ao
G7 o pagamento de US$ 2,5 bilhões referentes ao mecanismo de
desenvolvimento limpo (MDL). “Queria lembrar que, desde 2005, o Brasil
tem cerca de 250 milhões de toneladas de gás carbônico MDL, mecanismo de
desenvolvimento limpo, para receber. Isso gera mais ou menos uma
receita de US$ 2,5 bilhões”, destacou.
“Essa é uma medida que nós instigamos, pedimos para que os países
desenvolvidos, inclusive o G7, nos ajude a finalmente quitar essa fatura
do Protocolo de Quioto, esse crédito que o Brasil tem de US$ 2,5
bilhões, que seria também muito bem-vindo para nós”, acrescentou.
Chefes de Estado e governo do G7 que participaram de 45ª conferência
de cúpula do bloco acordaram sobre o envio de ajuda aos países afetados
pelos incêndios na região amazônica “o mais rápido possível”, declarou
ontem (25) o chefe de Estado francês, Emmanuel Macron.
O francês acrescentou que os líderes das maiores potências econômicas
avançadas estão se aproximando de um consenso sobre como ajudar a
extinguir o fogo e reparar os danos resultantes. Trata-se de encontrar
os mecanismos apropriados, tanto técnicos quanto financeiros,
acrescentou, e “tudo depende dos países da Amazônia”.
Garantia da Lei e da Ordem
O ministro Ricardo Salles elogiou a medida do presidente da
República, Jair Bolsonaro, de autorizar uma operação de Garantia da Lei e
da Ordem (GLO) com finalidade ambiental. “É absolutamente louvável de
ser aplaudida a postura do presidente Bolsonaro que decretou pela
primeira vez a aplicação do decreto de garantia da lei e da ordem de
visão ambiental para proteger a Amazônia, para proteger a floresta, cujo
desmatamento vem aumentando desde 2012”, disse.
O ministro voltou a ressaltar que as queimadas oscilam ano a ano.
“Infelizmente este é um ano que aumentou muito [a queimada] porque está
muito quente, muito seco. O ano passado e retrasado foram queimadas
menores. Já o ano de 2016, [os] números [foram] próximos a este ano.
Então, se você olhar a série histórica para trás, nós vimos que isso vem
oscilando de acordo com essas características, clima seco e tempo
quente”, disse.
Quanto ao aumento do desmatamento, Salles disse que ocorre em razão
de pressões da economia informal e da ausência de desenvolvimento
econômico sustentável. “Você ter ausência de desenvolvimento econômico
sustentável, ausência de oportunidades formais, regularizadas, que sigam
modelos, que possam ser licenciados, ausência disso, gera o caos a que
temos assistido nos últimos 20 anos.”
No entanto, o ministro disse que o governo agora está conseguindo
colocar em discussão a questão do desenvolvimento da região amazônica.
“Agora a gente consegue colocar essa discussão como gente grande,
madura, austera, transparente”, disse. “Como dar desenvolvimento
econômico e sustentável para uma região onde vivem 20 milhões de
brasileiros? É fazer de conta que eles não estão lá? Congelar a
Amazônia? Não me parece que funcionou”, avaliou.
Do Agência Brasil | Com informações da Deustche Welle
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