O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro e o
presidente Jair Bolsonaro conversaram e acertaram a permanência de
Maurício Valeixo no comando da Polícia Federal (PF), pelo menos por ora.
Moro conseguiu reverter a ideia do presidente que era para saída do
comandante da PF.
Moro e Bolsonaro estiveram juntos nesta semana, logo após o retorno
do presidente à Brasília. Bolsonaro ficou nove dias internado em um
hospital em São Paulo, depois do quarto procedimento desde a facada
sofrida no abdômen em 2018. Os dois já haviam se encontrado em São
Paulo, quando o ministro visitou o presidente, segundo o Blog da Sadi no
G1.
Valeixo, que estava de férias e reassume os trabalhos nesta
quinta-feira (19), foi ameaçado no cargo após declarações do presidente.
Em meados de agosto, Bolsonaro afirmou que poderia substituir o
diretor-geral da Polícia Federal. Na época, ele afirmou que é o
responsável por indicar o ocupante ao cargo, e não o ministro Sergio
Moro, a quem a PF está vinculada.
Dias depois, durante seminário no Ministério da Justiça, o ministro Sergio Moro saiu em defesa do delegado Maurício Valeixo.
Nos bastidores, Moro dava sinais de que, se Valeixo fosse demitido
sem sua anuência, ele poderia deixar o cargo, o que ele nega
oficialmente, como fez ao programa "Em foco", na GloboNews.
No governo, ministros da ala militar vêm repetindo, de forma
reservada, que se Moro sair do governo o desgaste para o presidente
seria incalculável, principalmente para o discurso do combate à
corrupção – um dos pilares da campanha que elegeu Bolsonaro.
Mas o pano de fundo da polêmica envolve a desconfiança de que Moro é candidato em 2022 – o que o ministro já negou.
Um ministro chegou a dizer ao blog nesta quarta-feira (18) que "não
havia necessidade em trocar Valeixo enquanto Moro estava sendo "de uma
correção e gentileza" com o presidente. E que as "teorias de
conspiração" que alimentam Bolsonaro sobre possível candidatura de Moro
são produzidas pelo "grupo da raiva", conselheiros do presidente que não
trabalham no governo.
Valeixo é escolha de confiança de Moro, mas entrou na mira do grupo do presidente Bolsonaro nos últimos meses.
Para aliados do Moro, pesou para a "fritura" de Valeixo o despacho de
um delegado do Rio de Janeiro, responsável por uma investigação sobre
crimes previdenciários, que cita um homem identificado como Hélio Negão,
que seria homônimo do deputado federal Helio Lopes (PSL-RJ), conhecido
como "Helio Negão" – amigo há mais de décadas do presidente da
República.
A avaliação é a de que "grupos na PF" estavam atuando para "queimar
Valeixo e Ricardo Saad" junto ao presidente. Bolsonaro disse que iria
substituir o superintendente da PF no Rio de Janeiro, Ricardo Saadi, por
problemas de "gestão e produtividade".
No mesmo dia, entretanto, a PF divulgou nota dizendo que a
substituição não tinha relação com a produtividade de Saadi, e anunciou
que o posto seria assumido por Carlos Henrique Oliveira Sousa, de
Pernambuco.
No dia seguinte, entretanto, Bolsonaro reagiu ao nome de Sousa e, ao
dizer que seria Alexandre Silva Saraiva, de Manaus, e afirmou que "quem
manda sou eu".
Do Bahia Notícias
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