A presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, a
democrata Nancy Pelosi, anunciou nesta terça-feira (24) a abertura de um
processo de impeachment contra o presidente Donald Trump.
Em um telefonema em julho, o republicano teria pressionado o presidente
da Ucrânia, Volodimir Zelenski, para que este investigasse o filho de um
de seus principais adversários, Joe Biden. É por este caso que ele
deverá ser investigado.
"Isto é uma quebra da Constituição americana", afirmou Pelosi ao anunciar a abertura do processo.
Biden atualmente lidera a disputa democrata pela vaga de candidato a presidente em 2020, provavelmente para enfrentar o próprio Trump.
Pouco antes da conversa, Trump cancelou uma ajuda de cerca de US$ 400 milhões para a Ucrânia. A oposição afirma que o republicano usou a verba para pressionar Zelenski a investigar o filho de Biden, o que a Casa Branca nega.
Na ocasião, o presidente americano teria pedido que o ucraniano trabalhasse com seu advogado pessoal, o ex-prefeito de Nova York Rudolph Giuliani, na investigação contra o adversário.
Giuliani se encontrou nesta terça com o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, após o discurso deste na Assembleia Geral da ONU. Na saída, ele comentou o caso e atacou os democratas.
"Eles são um bando de enganadores políticos. Tudo o que eles estão fazendo é torná-lo [Trump] mais popular. E o que eles estão fazendo é destruindo a si próprios", afirmou Giuliani.
"A Câmara não é uma instituição séria. A Câmara existe para fazer o que puder para derrotar o presidente Trump, incluindo mentir consistentemente", completou ele.
O início do processo permite aos deputados investigarem Trump, mas não significa que ele terá que deixar o cargo.
Cabe a Câmara aceitar ou não o processo por maioria simples, o equivalente a 218 deputados caso todos os 435 estejam presentes. Segundo o jornal The New York Times, 172 (171 democratas e 1 independente) já se declararam a favor da medida.
O julgamento em si, porém, é feito no Senado, onde dois terços dos 100 senadores precisam aprovar a medida. Apenas se isso acontecer é que Trump deixaria o cargo.
O contato entre o americano e o presidente ucraniano foi revelado pela imprensa americana ao longo dos últimos dias e fez aumentar a pressão para que Pelosi desse início aos procedimentos de impeachment contra o republicano.
Muitos democratas já vinham sugerindo, em público e em particular, que as evidências recentes indicavam a pressão de Trump sobre o governo ucraniano, e acusavam sua tentativa de obstruir o acesso do Congresso a mais informações.
Um agente de inteligência que ouviu a conversa de Trump com o líder ucraniano - um procedimento padrão nos EUA - teria alertado as autoridades que o presidente teria colocado em perigo a segurança nacional.
O Congresso também foi automaticamente avisado do problema, mas não recebeu detalhes. Os democratas acusam a Casa Branca de esconder as informações para proteger Trump.
Com isso, os deputados fizeram duas requisições ao governo: que liberasse a transcrição das conversas do presidente com Zelenski - o Senado fez um pedido semelhante - e que permitisse que o agente que ouviu a ligação testemunhasse sobre o caso (ele ainda não teve o nome divulgado).
Nesta terça, o presidente do Comitê de Inteligência da Câmara, Adam Schiff, afirmou que o agente concordou em testemunhar.
Apesar de diversas alas democratas defenderem a abertura do processo, Pelosi se recusava a dar início a medida. Ela afirmava que um processo poderia aumentar a polarização e influenciar as eleições de novembro de 2020.
Além disso, a deputada afirmava que as chances do impeachment ser aprovado no Senado é baixa, já que a Casa tem maioria republicana - os democratas tem maioria na Câmara.
Segundo o Washington Post, Pelosi mudou de ideia e agora deve anunciar a criação de uma comissão especial para investigar Trump, semelhante à que foi criada em 1973 para investigar o então presidente Richard Nixon pelo escândalo de Watergate.
Nixon acabou renunciando ao cargo antes da Câmara concluir o processo.
Em toda a história americana, apenas duas vezes os deputados autorizaram o impeachment contra o presidente: em 1868, contra Andrew Jackson, e em 1999, contra Bill Clinton. Os dois acabaram inocentados no Senado e puderam seguir no cargo.
Biden atualmente lidera a disputa democrata pela vaga de candidato a presidente em 2020, provavelmente para enfrentar o próprio Trump.
Pouco antes da conversa, Trump cancelou uma ajuda de cerca de US$ 400 milhões para a Ucrânia. A oposição afirma que o republicano usou a verba para pressionar Zelenski a investigar o filho de Biden, o que a Casa Branca nega.
Na ocasião, o presidente americano teria pedido que o ucraniano trabalhasse com seu advogado pessoal, o ex-prefeito de Nova York Rudolph Giuliani, na investigação contra o adversário.
Giuliani se encontrou nesta terça com o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, após o discurso deste na Assembleia Geral da ONU. Na saída, ele comentou o caso e atacou os democratas.
"Eles são um bando de enganadores políticos. Tudo o que eles estão fazendo é torná-lo [Trump] mais popular. E o que eles estão fazendo é destruindo a si próprios", afirmou Giuliani.
"A Câmara não é uma instituição séria. A Câmara existe para fazer o que puder para derrotar o presidente Trump, incluindo mentir consistentemente", completou ele.
O início do processo permite aos deputados investigarem Trump, mas não significa que ele terá que deixar o cargo.
Cabe a Câmara aceitar ou não o processo por maioria simples, o equivalente a 218 deputados caso todos os 435 estejam presentes. Segundo o jornal The New York Times, 172 (171 democratas e 1 independente) já se declararam a favor da medida.
O julgamento em si, porém, é feito no Senado, onde dois terços dos 100 senadores precisam aprovar a medida. Apenas se isso acontecer é que Trump deixaria o cargo.
O contato entre o americano e o presidente ucraniano foi revelado pela imprensa americana ao longo dos últimos dias e fez aumentar a pressão para que Pelosi desse início aos procedimentos de impeachment contra o republicano.
Muitos democratas já vinham sugerindo, em público e em particular, que as evidências recentes indicavam a pressão de Trump sobre o governo ucraniano, e acusavam sua tentativa de obstruir o acesso do Congresso a mais informações.
Um agente de inteligência que ouviu a conversa de Trump com o líder ucraniano - um procedimento padrão nos EUA - teria alertado as autoridades que o presidente teria colocado em perigo a segurança nacional.
O Congresso também foi automaticamente avisado do problema, mas não recebeu detalhes. Os democratas acusam a Casa Branca de esconder as informações para proteger Trump.
Com isso, os deputados fizeram duas requisições ao governo: que liberasse a transcrição das conversas do presidente com Zelenski - o Senado fez um pedido semelhante - e que permitisse que o agente que ouviu a ligação testemunhasse sobre o caso (ele ainda não teve o nome divulgado).
Nesta terça, o presidente do Comitê de Inteligência da Câmara, Adam Schiff, afirmou que o agente concordou em testemunhar.
Apesar de diversas alas democratas defenderem a abertura do processo, Pelosi se recusava a dar início a medida. Ela afirmava que um processo poderia aumentar a polarização e influenciar as eleições de novembro de 2020.
Além disso, a deputada afirmava que as chances do impeachment ser aprovado no Senado é baixa, já que a Casa tem maioria republicana - os democratas tem maioria na Câmara.
Segundo o Washington Post, Pelosi mudou de ideia e agora deve anunciar a criação de uma comissão especial para investigar Trump, semelhante à que foi criada em 1973 para investigar o então presidente Richard Nixon pelo escândalo de Watergate.
Nixon acabou renunciando ao cargo antes da Câmara concluir o processo.
Em toda a história americana, apenas duas vezes os deputados autorizaram o impeachment contra o presidente: em 1868, contra Andrew Jackson, e em 1999, contra Bill Clinton. Os dois acabaram inocentados no Senado e puderam seguir no cargo.
Por Folhapress / Do BN
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