Endereços ligados a ex-assessores do senador Flávio
Bolsonaro (PSL-RJ) são alvos de mandados de busca e apreensão na manhã
desta quarta-feira (18). Alguns dos alvos já conhecidos são o ex-chefe
de gabinete do parlamentar, Fabrício Queiroz, familiares de Queiroz e
também parentes de Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do presidente
Jair Bolsonaro (PSL), que é pai de Flávio, e mãe de Renan, irmão do
senador.
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) cumpre os mandados na capital do estado e no município de Resende.
Segundo informações do jornal O Globo, as
medidas foram pedidas à Justiça no âmbito da investigação sobre lavagem
de dinheiro e peculato no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa
do Rio, quando ele era deputado estadual. Em geral, os assessores
atingidos são os mesmos que tiveram o sigilo fiscal e bancário quebrado
pelo Tribunal de Justiça do Rio em maio deste ano (lembre aqui).
De acordo com a publicação, na cidade do
Rio, o MP tentou cumprir o mandado em um condomínio em Jacarepaguá, onde
morava Evelyn Queiroz, filha de Fabrício, mas o órgão foi informado na
portaria que "a pessoa no apartamento não era o alvo da operação".
Já em Resende, o MP foi atrás dos endereços
de nove parentes de Ana Cristina, todos eles funcionários de Flábio na
Alerj no período entre 2003 e 2018. É o caso de José Procópio Valle,
ex-sogro de Bolsonaro, Andrea Siqueira Valle, ex-cunhada de Bolsonaro,
os primos Francisco Diniz, Daniela Gomes, Juliana Vargas e os tios
Guilherme dos Santos Hudson, Ana Maria Siqueira Hudson, Maria José de
Siqueira e Silva e Marina Siqueira Diniz.
Uma reportagem antiga do Globo mostrou que
muitos desses ex-funcionários nunca sequer tiveram crachá da Alerj. Já
Andrea e Diniz passaram a ter a identificação em 2017 após mais de uma
década na folha de pagamento.
Outros indícios de irregularidade apontados
pelo jornal são o fato de Andrea ter atuado como fisiculturista em
Resende durante todo o tempo que constou como assessora. Já Diniz chegou
a cursar Medicina Veterinária em tempo integral no município de Barra
Mansa, também no Sul do estado, no período em que foi remunerado como
assessor de Flávio.
O caso veio à tona, inicialmente, no ano
passado após um levantamento do antigo Conselho de Controle de
Atividades Financeiras (Coaf), hoje Unidade de Inteligência Financeira
(UIF), indicar uma movimentação atípica de Queiroz no total de R$ 1,2
milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017.
Os desdobramentos levantaram a suspeita de
que havia um esquema de "rachadinha", com os assessores repassando parte
de seus salários para o então chefe de gabinete (saiba mais aqui) e,
depois de faltar a quatro convocações do MP-RJ para depor sobre o caso,
Queiroz admitiu. Por escrito, ele alegou que o dinheiro era usado para
ampliar a base do então deputado estadual. Queiroz disse ainda que
Flávio nunca soube disso. (Atualizada às 08h16)
Do Bahia Notícias
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