Entre 2015 e 2019, a cada cinco casos de infecção pelo
vírus HIV em gestantes, um foi diagnosticado em jovens com idade entre
10 e 19 anos. Nesse período, o estado registrou um total de 2,4 mil casos
de HIV em grávidas. Destes, 442 (18,4%) foram registrados em crianças e
adolescentes. Os dados foram repassados ao Bahia Notícias pela
Secretaria da Saúde Estadual (Sesab) com base no Sistema de Informação
de Agravos de Notificação.
Os dados revelam, contudo, decréscimo no total de casos
registrados por ano nesta faixa etária. Enquanto em 2015 foram
registrados 102 infecções por HIV em gestantes de 10 a 19 anos, no ano
passado houve uma redução de 59%. A tendência segue ao analisar a faixa
etária de 10 a 49 anos, em que o número passou de 424 para 306, uma
redução de 27%.
Os dados apontam para dois problemas de saúde que nas últimas
semanas foram foco de campanhas dos ministérios da Saúde (MS),
comandado por Luiz Henrique Mandetta, e da Mulher, Família e Direitos
Humanos, que tem como titular Damares Alves: a gravidez na adolescência e
as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
No último sábado (8), a pasta da saúde lançou a
campanha “Usar camisinha é uma responsa de todos”, de prevenção às ISTs.
Desta vez, de acordo com o MS, o foco vai além da prevenção do
HIV-Aids, e apresenta um novo conceito voltado para a prevenção de todas
as infecções transmitidas por contato sexual. “O objetivo é propor uma
mudança de comportamento entre jovens, de 15 a 29 anos, quanto ao uso do
preservativo para evitar doenças como sífilis, herpes genital,
gonorreia e HPV”, publicou o Ministério da Saúde.
Entre as doenças-foco da campanha, a sífilis nos últimos
cinco anos afetou 396 meninas menores de 14 anos na Bahia. Entre as
adolescentes de 15 a 19 anos o número chega à casa dos milhares, com
2.344 ocorrências. Os dados estão presentes em um levantamento feito
pela Sesab, repassado ao Bahia Notícias, que trata sobre diagnósticos de
ISTs em crianças e adolescentes (leia mais aqui).
Em 3 de fevereiro foi lançada uma outra campanha do governo
federal, intitulada “Tudo tem seu tempo: Adolescência primeiro, gravidez
depois”. O objetivo, de acordo com o governo, é a redução da gravidez
precoce, que acarreta “consequências para toda a vida”. A ideia da
ministra Damares Alves é de que pais e responsáveis orientem as crianças
e adolescentes a retardarem o início da vida sexual.
Na Bahia, diferente do governo federal, que incentiva a
abstinência sexual, a estratégia adotada pelo governo estadual para
combater as infecções sexualmente transmissíveis e a gravidez precoce
entre os jovens do ensino médio das escolas estaduais é educação e
orientação para planejamento de vida (saiba mais aqui).
Por Jade Coelho / Bahia Notícias
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