Nos dias 12 e 13 de março, o Movimento de
Organização Comunitária (MOC), através do Programa de Educação
Contextualizada do Campo (PECONTE), realizou em Feira de Santana, o I
Encontro com as Coordenações Municipais da Educação do Campo
Contextualizada (CAT/BAÚ DE LEITURA) e Sociedade Cívil de 2020, para um
seminário do CAT sobre IDENTIDADE, TERRITÓRIO, DEMOCRACIA E EDUCAÇÃO DO
CAMPO e também de avaliação e planejamento dos Projetos apoiadores da
educação nos municípios.
Esse encontro foi realizado pelo Movimento de
Organização Comunitária (MOC), em parceria com a UEFS, Secretárias
Municipais de Educação e Movimentos Sociais e Sindicais do Campo.
O Município de Ichu esteve presente com representantes do Poder Público (Secretaria de Educação) e Sociedade Civil.
Conceição Jesus e Nivia Carneiro (Poder Público) e Luiz Gonzaga dos Santos (Sociedade Civil) - Foto MOC
O evento teve o objetivo de aprofundar estudos sobre “Identidade, Território e Educação do Campo” para fortalecer a Educação Contextualizada, bem como avaliar a prática pedagógica a partir dos resultados e mudanças provocadas com o Trabalho da Ficha Pedagógica durante o primeiro semestre e início do segundo, identificando resultados e principais desafios e também o momento de Planejar ações para o próximo período buscando superar as dificuldades encontradas e avançando nos resultados e a sustentabilidade da Educação do Campo nos Municipais.
“Esse encontro de coordenadores tem um
papel muito importante, além de trocar experiências, conhecimentos, mas
em especial esse primeiro encontro do ano de 2020, serviu para fazer o
planejamento das ações do ano nos municípios, do que precisa garantir
para melhorar as ações da Educação do Campo e perceber também o que é
necessário fazer para garantir uma politica pública efetiva nos
municípios ”, frisou Vera Carneiro.
No primeiro momento foi realizado a mesa de abertura com as
representações municipais e com a mediação de Vera Carneiro. Logo em
seguida, analisaram a realidade, aprofundando conhecimentos sobre
história, identidade, território e educação do campo na perspectiva do
Semiárido, com a Profa. Nacelice Freitas e mediação de Nelmira Lopes.
A programação do seminário ainda contou com uma palestra sobre a Análise de conjuntura e situação da Educação do Campo com Prof. Paulo Riela e Profa. Janeide Bispo.
No segundo dia, foi o momento de refletir sobre o momento atual da Educação do Campo e avaliar o planejamento elaborado no Encontro, buscando contribuir para melhoria da Educação do Campo nos municípios, fortalecendo as políticas públicas e a continuidade das ações apoiadas pelos projetos.
“A minha fala tentou trazer para o centro
da conversa sobre Educação do Campo, elementos que estão propostos
nesse seminário, que é identidade, território e democracia na Educação
do campo, palavras muito caras, ricas, muito potentes e falando de
palavras ricas e potentes a gente tentou a partir de uma fala da
professora Vanda Machado, uma mulher que é de terreiro, uma pedagogia
dos povos de terreiros, o conceito de ancestralidade e de encantamento.
Entendendo também a ancestralidade, como raízes mais profundas, a imagem
de uma árvore e que se espalham a ideia das raízes representando essa
ancestralidade, de onde viemos, a nossa trajetória, os nossos
ancestrais, a nossa história e as nossas tradições como essa força
potente que nos constituem, que nós faz e que nós anima”, frisou o
Professor Jorge Nery.
Ele ainda destacou que é necessário sermos florestas, sendo florestas, mostramos que não somos uma árvore sozinha, mas compomos todo um ecossistema de todos juntos e de mãos dadas. “Encantados com essa potência, com essa ancestralidade que nos constituem, que nós anima, é que a gente se levanta com uma atitude nova diante da vida, atitude não de quem abaixa a cabeça, mas de quem levanta a cabeça e cria sentidos novos, mundos novos. E essa palavra ancestralidade, encantamento é extremamente importante para os nossos itinerários formativos, como educadores/as que somos, que nascemos nessa luta da Educação do Campo, que é uma construção coletiva, construção de um sujeito coletivo, de uma consciência coletiva, de um sentido de pertencimento de comunidade, que precisamos fortalecer em tempos tão difíceis como esses, para que animados e juntos como florestas possamos resistir, mas mais do que resistir, reinventar, recriar, criar novamente e não parar. A Educação do Campo é fruto dos movimentos sociais, fruto de muita luta e da organização popular que cria esse sentimento de comunidade muito forte e a gente não pode abrir mão dessa herança”, finalizou o Professor Jorge Nery.
“O MOC tem sido um grande parceiro de Nordestina diante dos Projetos CAT e Baú de Leitura desde o ano de 2007, quando a partir de então o município aderiu os referidos projetos, os quais hoje se tratam de uma política do município. E, como sempre, a equipe do MOC nos surpreende com suas formações, oficinas, palestras, além da parceria/ assessoria que dão aos municípios acerca da importância da Educação do Campo. E nesse encontro, mais uma vez nos surpreende ao trazer um tema tão relevante a ser tratado, a questão da democracia, identidade e territorialidade, assunto veiculado ao tema da ficha pedagógica do CAT 2020 que nós faz refletir sobre nosso trabalho enquanto professores, diante da formação de nosso alunos no contexto vigente e a palestra foi extraordinária. Parabéns a toda equipe do MOC, pela escolha dos palestrantes, bem como a junção do tema em consonância com a ficha pedagógica do CAT”, destacou Arivaldina Simões, da Coordenação do CAT/BAÚ DE LEITURA em Nordestina.
Os encontros com os educadoras/es é
sempre um momento de aprofundar estudos sobre temáticas relacionadas à
Educação do Campo, e com oficinas contribuindo com a formação deles,
planejando ações a partir do que foi aprofundado e sempre buscando
superar as dificuldades encontradas e avançando nos resultados com o
intuito de progredir ainda mais com a educação do campo.
Do AL Notícias
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