Os preços dos contratos do petróleo
recuavam ao redor de 20% nesta segunda-feira, depois que a Arábia
Saudita cortou o valor de venda do barril e indicou o início de uma
guerra de preços entre os grandes produtores.
Na abertura dos negócios
no mercado asiático, ainda na noite de domingo (horário de Brasília). O
preço do petróleo do tipo Brent chegou a recuar 31%, no maior tombo
desde a Guerra do Golfo (1990 e 1991). A decisão da Arábia Saudita vem
na esteira do fracasso das negociações entre a Organização dos Países
Exportadores de Petróleo (Opep) e a Rússia sobre o volume da produção da
commodity. Perto das 8h, o barril de Brent caía 21,85%, em Londres, a
US$ 35,38 na venda, enquanto que o barril WTI, nos EUA, perdia 22,75%, a
US$ 31,89.
Segundo a Reuters, a Rússia se opôs ao corte de produção
sugeridos pela Opep para estabilizar os preços do petróleo em meio à
epidemia de coronavírus, que desacelera a economia global e afeta a
demanda por energia. “O avanço do coronavírus trouxe pânico para o
mercado de petróleo”, diz o sócio fundador do Centro Brasileiro de
Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires. “O preço do petróleo nesse patamar
deve provocar um estrago nas economias. O tamanho desse estrago vai
depender de por quanto tempo os preços ficarão nesse patamar.”
Na
avaliação de Pires, a queda brusca dos preços do petróleo pode levar o
Brasil para dois caminhos: a Petrobras pode reduzir o preço da gasolina e
do diesel, mas com o risco de inviabilizar o etanol, ou o governo pode
aumentar a incidência da Contribuição de Intervenção do Domínio
Econômico (Cide) sobre os combustíveis para preservar a geração de
receita da estatal.
Desde a greve dos caminhoneiros, a Cide está zerada
para o diesel. Na gasolina, a cobrança é de 10 centavos por litro. “A
grande prejudicada com essa queda no preço pode ser a Petrobras. Vamos
ver como o governo vai agir”, afirmou Pires.
Por G1
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