O governo brasileiro, assim como o estadunidense, não faz parte
da lista de países e entidades internacionais que se reunirão para
traçar uma estratégia em prol da recuperação sustentável do mundo
pós-pandemia. O evento será realizado nesta quinta-feira (28), sob o
comando da Organização das Nações Unidas (ONU) e liderado pelo
primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, e da Jamaica, Andrew
Holness.
O grupo com mais de 50 membros é composto pela União
Européia e países como Argentina, Haiti, Costa Rica, Colômbia, França,
Alemanha, Japão e Reino Unido, além de entidades como o Banco Mundial,
FMI e outras instituições.
Segundo a coluna de Jamil Chade, no UOL, esse é só mais um
grande encontro internacional que o Brasil deixa de participar. Na
semana passada, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) também não
participou da Assembleia Mundial da Saúde, nem esclareceu se foi
convidado.
Já em abril, o governo ficou de fora de uma aliança
internacional para o desenvolvimento de uma vacina. Neste caso, de
acordo com a publicação,o governo prepara uma reunião interministerial
para avaliar como fazer parte da iniciativa.
Na situação atual, documentos apontam que o projeto visa
pensar na recuperação da economia, com base em novos pilares e maior
foco em questões de justiça social e clima. De acordo com a publicação,
se trata de uma "iniciativa conjunta para acelerar a resposta global aos
significativos impactos econômicos e humanos da Covid-19 e avançar
soluções concretas para a emergência do desenvolvimento".
Em relação a isso, o governo Bolsonaro indica que a crise
econômica é proveniente das medidas em prol do isolamento social,
recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como forma de conter
a disseminação do vírus, e minimiza o número de vítimas fatais da
doença.
"Esta pandemia requer uma resposta multilateral em larga
escala, coordenada e abrangente para apoiar os países necessitados,
permitindo-lhes uma melhor recuperação para economias e sociedades mais
prósperas, resilientes e inclusivas", diz outro trecho do arquivo.
No encontro, seis áreas de ação serão debatidas, a fim de
mobilizar o financiamento necessário para a recuperação dos países. São
elas: "expandir a liquidez em toda a economia global; lidar com as
vulnerabilidades da dívida; conter os fluxos financeiros ilícitos;
aumentar o financiamento externo para o crescimento inclusivo e a
criação de empregos; e estratégias para que os países se recuperem
melhor, enfrentem as mudanças climáticas e restabeleçam o equilíbrio
entre a economia e a natureza".
A ONU destaca que, se o mundo não agir agora, US$ 8,5
trilhões da economia global podem ser perdidos, forçando 34,3 milhões de
pessoas a viverem na extrema pobreza nete anos e mais de 130 ao longo
da década.
Apesar desse panorama, pelo menos até abril, o ministro das
Relações Exteriores, Ernesto Araújo dizia acreditar que “o Brasil tem
hoje as condições, tem a oportunidade de se sentar na mesa de quatro,
cinco, seis países que vão definir a nova ordem mundial” após a pandemia
do novo coronavírus. Ele deu essa declaração durante a reunião
ministerial ocorrida em 22 de abril e divulgada na última sexta (22).
Na época, o Brasil tinha pouco mais de 2 mil casos do novo
coronavírus. Pouco mais de um mês depois, o Ministério da Saúde
contabiliza 411.821 diagnósticos positivos e 25.598 mortes em
decorrência da doença.
Do Bahia Notícias
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