As
agências do banco Bradesco podem ser fechadas em Feira de Santana, se a
Justiça acatar o pedido do Ministério Público do Trabalho (MPT) em uma
ação civil pública, que tramita na 6ª Vara do Trabalho da cidade.
O MPT
pede que a Justiça determine a paralisação das atividades nas agências
por 14 dias para realização de inspeções nos locais, adequações à norma
de saúde, além da testagem e afastamento de todos os empregados e
terceirizados contaminados pelo novo coronavírus.
Os
procuradores do Trabalho têm acompanhado com preocupação os casos de
contágio nos ambientes de trabalho do banco. Em abril, ficou constatado
que uma funcionária permaneceu dois dias trabalhando mesmo apresentando
sintomas da doença. Depois de ser afastada, a agência continuou
funcionando sem testagem dos demais trabalhadores. Outros casos foram
ocorrendo, sem que fossem adotadas as recomendações mínimas exigidas
pelo MPT. A falta de cumprimento de um plano de contingência do
novo coronavírus fez com que o número de casos nas agências chegasse a
pelo menos cinco neste mês. Como o banco se nega a cumprir as
recomendações e a permitir a fiscalização de suas instalações, a
judicialização do caso foi necessária para evitar um surto.
“O
Bradesco não vem atendendo às recomendações expedidas pelo MPT para
proteção de seus empregados e clientes e proíbe o Centro de Referência
em Saúde do Trabalhador (Cerest) de realizar fiscalizações em suas
agências. Além disso, pelo menos cinco bancários testaram positivo para a
covid-19 sem que as medidas adotadas, como testagem dos que tiveram
contato e fechamento das unidades sob suspeita para desinfecção
imediata, surtissem o efeito de conter o contágio”, afirma o procurador
Ilan Fonseca, autor da ação. O pedido de liminar encaminhado ao
Judiciário tem caráter de urgência e pode ser apreciado a qualquer
momento.
No
inquérito aberto pelo órgão para apurar a conduta do banco em relação à
prevenção à pandemia e à adoção de plano de contingência em suas
agências no município de Feira de Santana, a empresa alega que afastou
todos os que testaram positivo. Para comprovar as alegações, o MPT
solicitou uma fiscalização in loco do Cerest nas unidades afetadas, mas a
empresa negou o acesso aos fiscais por diversas vezes. Sem mais
alternativa, o MPT entrou na Justiça. Os pedidos da ação são o acesso
dos fiscais às agências, o fechamento por 14 dias e a testagem de todos
os empregados.
Feira
de Santana possui 1.357 casos confirmados de coronavírus em números de
ontem (22/06). Os cinco casos de empregados foram identificados no
inquérito, com informações do Sindicato dos Bancários e com confirmação
do boletim epidemiológico. O inquérito apurou a existência de casos
suspeitos em todas as unidades do banco no município.
Do Bahia Notícias
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