A pedido da Procuradoria-Geral da República, o Superior
Tribunal de Justiça (STJ) determinou o afastamento imediato do
governador Wilson Witzel (PSC) do governo do Rio de Janeiro por conta de
supostas irregularidades na saúde. Com a ordem expedida nesta
sexta-feira (28), o vice, Cláudio Castro, deve assumir o posto.
Segundo informações do G1, por volta das
6h20, carros da Polícia Federal (PF) chegaram ao Palácio Laranjeiras,
residência oficial do governador, para notificá-lo. No âmbito da
operação batizada como "Tris in Idem", o STJ expediu também mandados de
prisão contra Pastor Everaldo, presidente do PSC; Lucas Tristão,
ex-secretário de Desenvolvimento Econômico do estado; e Sebastião
Gothardo Netto, médico e ex-prefeito de Volta Redonda. Os alvos dos
mandados de busca e apreensão foram a primeira-dama, Helena Witzel; o
presidente da Assembleia Legislativa do Rio, André Ceciliano (PT); e o
Palácio Guanabara, sede do governo.
Expedidos pelo ministro Benedito Gonçalves,
os mandados são decorrentes de duas operações: Favorito e Placebo. A
primeira foi a Favorito, deflagrada no dia 14 de maio. Desdobramento da
Lava Jato, a operação prendeu o ex-deputado estadual Paulo Melo, o
empresário Mário Peixoto e outras três pessoas. Conforme publicado pelo
G1 na época, os dois foram presos por suspeita de que o grupo do
empresário estava envolvido em irregularidades ligadas à construção de
hospitais de campanha no Rio de Janeiro.
Já a Placebo, desdobramento da Favorito,
foi deflagrada no dia 26 de maio para apurar indícios de desvios de
recursos públicos destinado ao atendimento de pacientes com Covid-19 (saiba mais aqui). Na
ocasião, a PF cumpriu 12 mandados de busca e apreensão, um deles no
Palácio Laranjeiras, sob a suspeita de que havia "um esquema de
corrupção envolvendo uma organização social contratada para a instalação
de hospitais de campanha". Para os investigadores, há "prova robusta de
fraudes" e indícios da participação ativa de Witzel (saiba mais aqui).
Além delas, a delação premiada do
ex-secretário de Saúde do governo Witzel, Edmar Santos, também
corroborou para o afastamento do governador.
De acordo com o portal, no pedido, a PGR
afirma que o governo estabeleceu um esquema de propina para contratação
emergencial e para liberação de pagamentos a organizações sociais que
prestam serviços ao governo, especialmente na saúde e na educação. Na
avaliação do órgão, Witzel usou o escritório de advocacia da mulher,
Helena, para receber o dinheiro desviado por intermédio de quatro
contratos simulados em valor próximo a R$ 500 mil.
A
defesa do governador acompanha as ações. Em nota enviada à CNN, a
representação de Witzel disse que "recebe com grande surpresa a decisão
do afastamento do cargo, tomada de forma monocrática e com tamanha
gravidade". Os advogados dizem ainda aguardar a liberação do acesso à
íntegra da decisão para tomar as medidas cabíveis. (Atualizada às 7h39)
Do Bahia Notícias
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