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sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Preço de itens da cesta básica dispara em Feira de Santana

O preço dos itens da cesta básica disparou em Feira de Santana. Vários alimentos tiveram aumento, como por exemplo o arroz, o óleo de soja, derivados do leite e também a carne vermelha.
O arroz e o óleo foram produtos que os preços subiram muito nos últimos dias
No galpão de carnes do Centro de Abastecimento, Adrielly Oliveira que é funcionária de um boxe de carnes, informou que a carne de primeira está custando a partir de R$30 o quilo. De acordo com ela, cortes como alcatra, contra-filé, chã de dentro e patinho estão dentro dessa média de preço e chegam até a R$34 o quilo. A carne com osso que o quilo saía por R$17, agora está sendo vendida por R$20.

Adrielly explicou que o motivo do aumento é a escassez de mercadoria. A procura está maior do que a oferta e ela observou que em dois anos o produto praticamente duplicou o preço.

“Há dois anos o consumidor comprava dois quilos de carne por R$30, hoje coloca um pedaço de carne na balança e dá esse valor. As pessoas se assustam com o aumento”, afirmou.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
O comerciante Roni Almeida, que trabalha no galpão de cereais do Centro de Abastecimendo, contou que um dos alimentos que disparou o preço foi o arroz. Segundo ele, o óleo também subiu muito e a explicação é que esses produtos estão sendo exportados em grande quantidade para outros países.
 
“O arroz custava R$2,50 e agora R$4,50. O óleo custava R$4,00 e hoje R$6,50. O feijão chegou a custar R$4,50 e está por R$5,50. Segundo os fornecedores, os outros países compraram muita mercadoria do Brasil todo. A produção ficou pouca para a gente vender. Tiveram empresas que suspenderam vendas porque não têm mercadoria para comprar. Esses dias não estou recebendo mercadorias, porque devido ao aumento, caíram muito as vendas. Os preços subiram e tem gente que não comprou esses dias, porque está com estoque e por isso ainda tem preço barato. Quem comprou por agora, tem que repassar o preço, não tem jeito, não tem como vender o mesmo preço que vendia”, comentou.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
Jociélio Silva Santos que também trabalha no galpão de cereais do Centro de Abastecimento confirmou que o óleo de soja que custava R$4 hoje custa até R$7 em alguns locais. Na opinião dele, a cesta básica se tornou muito cara e o poder aquisitivo das pessoas diminuiu.

“Dois meses atrás com R$80 se comprava bastante coisa. Hoje a cesta fica no mínimo por R$130, dando prioridade a alguns alimentos e ainda apertado.As mercadorias estão aumentando diariamente. Ontem a gente comprava um fardo de carne de charque de R$800 e hoje já está por R$850. O arroz vem do Sul do Brasil. O fardo era R$85 e hoje o mais barato que a gente encontra é R$130. Tudo está aumentando”, observou.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
Rubem Porto da Rocha, gerente de compras do supermercado Bem Barato confirmou que esse aumento de preços é efeito da lei da oferta e da procura que está maior do que a disponibilidade dos produtos. Ele salientou que a produção está menor em virtude da pandemia e que algumas indústrias estão com quadros de funcionários reduzidos.

“O que se produz é muito pouco e as grandes redes acabam puxando a maior parte desses produtos. O varejo local acaba sofrendo esse impacto. Mas, os supermercados não estão praticando a alta abusiva dos preços, estão repassando aquilo que adquiriram da indústria e de compras mais caras. Por estar nessa escassez, as indústrias estão se retraindo para vender. Acabamos comprando na alta e temos que repassar isso para o consumidor final. Outros itens como óleo de soja, leite e agora os derivados de trigo e os derivados de suíno também vão passar a sofrer uma alta no preço porque a China consome muito do nosso país esses itens. A carne suína vai toda para a China e acaba que o mercado fica desabastecido. Aí para se manter, temos que repassar o aumento e o cliente tem reclamado sim, porque pesa no bolso.  O que a gente passa nesse momento para ao consumidor é que é um aumento que não é o empresário que está passando, é a indústria que aumentou os preços”, declarou.

Ele frisou que não há previsão de queda para o preço desses alimentos e que essa situação deve perdurar por mais uns 60 dias. Ele ressaltou que produtos de limpeza e derivados de trigo também sofrerão reajuste.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
“Os preços dos alimentos estão pesando bastante no bolso do consumidor em 2020, dada a situação da pandemia. A gente sabe que o preço de itens básicos como feijão, arroz, óleo de soja, derivados de soja como margarina subiram muito. É pedir a Deus que essa pandemia passe logo e que as coisas possam voltar a normalidade. No sul do país 1kg de feijão carioca já chegou a custar R$8 essa semana, o arroz custou em torno de R$20 reais. Há um descontrole no tocante a precificação desses itens porque o mercado está muito nervoso”, finalizou.
 
Rachel Pinto com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade.

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