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quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Familiares e amigos se despedem do garoto Kaíque e clamam por justiça

Tristeza, comoção, dor e revolta foram alguns dos sentimentos presenciados durante o velório do garoto Kaíque Soares Queiroz, de 11 anos, que aconteceu nesta quinta-feira (22), na Rua General Cosme de Farias, no bairro Rua Nova, em Feira de Santana.

Foto: Arquivo Pessoal
O menino foi assassinado na manhã de quarta-feira (21), com golpes de foice na cabeça, na localidade de Água Grande, no distrito de Maria Quitéria, durante um assalto. Kaíque estava no sítio dos avós maternos há cinco meses e ajudava o avô a cuidar de cabras, porcos e outros animais. Alguns animais haviam fugido e ontem pela manhã ele saiu cedo para procurá-las.

O suspeito de ter praticado o crime é um homem que era vizinho da propriedade dos avós da criança e de acordo com a polícia, ele já esteve preso duas vezes em Salvador. O suspeito levou o celular e a carteira de Kaíque que tinha aproximadamente a quantia de R$300 e fugiu após cometer o crime.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
As pessoas que estiveram no velório da criança, estavam muito comovidas com o fato e muitos familiares, como os pais e os avós não conseguiam nem falar, tomados pela tristeza e lágrimas. A reportagem do Acorda Cidade esteve no local e conversou com algumas pessoas que além de pedirem justiça, relataram que Kaíque era um menino muito alegre e querido por todos.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade | Na foto os pais e o avô de Kaíque Soares
O fotógrafo Pedro Carlos que é pai de uma prima de Kaíque disse que os pais do garoto moram na Rua Mantiqueira, no bairro Rua Nova em Feira de Santana e que pelo fato de estar sem aulas devido a pandemia, ele já estava há cinco meses no sítio dos avós.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
“Era um menino esforçado, muito querido por todos e ajudava o avô nas tarefas do sítio. Alimentando e cuidando dos bichos e já tinha seu dinheirinho. Falava que ia juntar pra comprar uma moto e está todo mundo comovido com a morte dele. Ele foi procurar os animais que fugiram e se deparou com o assassino. Esse elemento levou o celular, o dinheiro e também a bicicleta dele. Eu soube que esse homem já esteve preso no presídio da Mata Escura em Salvador e foi liberado. Uma pessoa perigosíssima que está solta. Os pais estão aí sem condições de falar nada. Está todo mundo entristecido aqui", comentou.

Joseval dos Santos Paixão, tio de Kaíque, relatou ao Acorda Cidade que o desejo de toda a família e amigos é que a justiça seja feita e que o homem que assassinou o seu sobrinho pague pelo que fez. Ele considerou o crime como um ato de grande covardia e frieza.

“Ele não se deu por satisfeito em tomar o celular, a bicicleta e o dinheiro e tirou a vida da criança de uma forma tão cruel. Esperamos que a justiça cumpra a parte dela. Um elemento desse que estava preso, saiu um dia desses e morava perto da casa de meus pais. Ele via todo o movimento da nossa família. Um dia ele pediu até uma carne e deram a ele. Muita malvadeza”, lamentou.

O tio informou ainda que o suspeito conhecia Kaíque e que tirou a vida da criança sem motivos.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
“A gente não quer fazer justiça com as nossas próprias mãos e esperamos que a justiça faça a parte dela. Saíram até notícias de que o assassino está preso, mas são falsas”, acrescentou.

Sonhos interrompidos

Joseval contou que o sobrinho era uma criança muito comunicativa e querido por muitas pessoas do bairro Rua Nova e também do distrito de Maria Quitéria. Segundo ele, Kaíque também ajudava um primo a comercializar verduras no Centro de Abastecimento nos fins de semana e tinha muitos sonhos.

“Ele era um menino sonhador, bonito, alegre, inteligente. Falava que queria ser jogador de futebol, servir ao exército, ser polícia”, frisou.

Uma vizinha que não quis se identificar estava revoltada com a morte de Kaíque e seu pedido era de justiça.

“Ele não queria somente roubar Kaíque. Uma criança que não tinha como reagir. Ele era um anjo. O assassino tirou a vida de uma criança que não teve defesa e queremos justiça”, clamou.

Ana Célia que também é tia de Kaíque não conseguiu segurar as lágrimas ao falar com a reportagem do Acorda Cidade. Muito emocionada, ela comentou que a família está dilacerada.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
“Acabou com a família, com meu sobrinho. Pelo amor de Deus, tem que mudar as leis brasileiras, parar com isso de audiência de custódia, cadê os direitos humanos que não estão aqui para nos apoiar? Acorda Brasil. Estamos pedindo socorro, nós não podemos sair de casa, não podemos trabalhar, não podemos mais nada”, desabafou.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
Uma salva de palmas encerrou o velório de Kaíque e o corpo seguiu para o sepultamento no Cemitério Piedade.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

 Rachel Pinto com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.

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