Corpos de prefeito e primeira-dama de Conceição da Feira são sepultados; vereador diz que há muitos boatos sobre o caso

De forma separada foram velados e sepultados, neste sábado (12), os corpos do prefeito Raimundo Pompilio Almeida Bastos, 61 anos, e da primeira-dama, Elba Silva Rejane, 47. O velório do prefeito ocorreu no Paço Municipal de Conceição da Feira, e o sepultamento, pela manhã, no cemitério municipal após cerimônia com missa e cortejo fúnebre. O corpo da esposa dele foi velado no cemitério Jardim da Saudade, em Salvador, onde foi sepultado, às 14h.

O casal foi encontrado morto a tiros na manhã de sexta-feira (11), no apartamento de um condomínio localizado na Avenida Paralela em Salvador.

Foto: Arquivo Pessoal

A polícia ainda está investigando o caso.

Secretário municipal de Administração, durante os oito anos de mandato do prefeito Pompílio, Fabio Menezes, disse ao Acorda Cidade que tinha com ele um vínculo forte de amizade, porém ele era muito reservado em relação a vida familiar.

“A questão pessoal e familiar, era muito reservada para eles. Ele tratava exclusivamente de questões administrativas. Ele não detalhava questão pessoal, ele se preservava muito em relação a ele e a família dele, e não temos informações a passar a respeito disso, e a rotina dele era normal.”

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

O secretário contou que também esteve em Salvador na sexta-feira e que falou com o prefeito pela última vez, ainda naquela manhã, antes de ir para a capital baiana.

“Falei com ele ontem (11) às 7h20. Ele estava em Conceição da Feira e foi a Salvador buscar a esposa que tinha feito uma cirurgia e estava no apartamento deles, eu também estava indo a Salvador. Nossa conversa foi totalmente administrativa. A gente tinha feito uma solicitação e iriamos tentar assinar um contrato em Salvador, a gente estava aguardando o contrato com a Embasa, um débito que o município tinha, e ele precisava ir a Salvador para assinar, mas o pessoal não mandou o contrato por e-mail, e quando eu estava retornando recebi a notícia”, compartilhou.

Fábio Menezes destacou que o prefeito era muito dedicado, que se falavam todos os dias e tinha um bom relacionamento com a população.

“A gente se fala todos os dias, era preocupado com a situação da cidade, se passasse e visse alguma coisa errada na rua, ele ligava para os secretários cobrando porque isso está daquele jeito. Era um cara que a gente conversava diariamente por causa dessa necessidade que tinha de observar as coisas e cobrar dos secretários. A gente tinha uma amizade, um vínculo pessoal e não tenho palavras para descrever um momento como esse”, lamentou o secretário em entrevista ao Acorda Cidade.

Paço Municipal (Foto: Ed Santos/Acorda Cidade)

Fábio acha que o ocorrido não tem relação com política. “Ele tinha a empresa dele, gerava muitos empregos, 600 empregos, cuidava da administração da cidade, cuidava das pessoas, e o dia a dia dele era essa rotina empresa e prefeitura (...). Era um cara que gostava de viver, que tinha um relacionamento fantástico com a população, e eu não acredito que em hipótese nenhuma isso tenha a ver com política. Ele estava deixando a administração, independente de qualquer coisa ele iria sair no dia 31 de dezembro, estava no segundo mandato”, concluiu.

O vereador Márcio Guerreiro disse que o fato gerou muitos boatos, e que só com o resultado da perícia técnica todos saberão o que realmente aconteceu.

“As investigações estão sendo realizadas, a perícia daqui a uns dias dará o resultado, e há muitos boatos. Ninguém sabe de nada ainda, só sei que ele estava tranquilo, a empresa estava muito sólida, e vamos esperar a polícia técnica divulgar o resultado da perícia, porque ninguém sabe o que realmente aconteceu. Depois das eleições ele estava muito abatido, a gente pensou que foi o resultado, mas não foi, e a transição de governo estava sendo tranquila”, disse.

O vereador disse que Pompílio era um prefeito tranquilo e transparente e que as mortes dele e da primeira-dama pegaram a cidade inteira de surpresa.

“Tivemos uma convivência boa, com harmonia. Ele era um prefeito tranquilo, trabalhador, fui vereador nos dois mandatos dele, transparente. Essa tragédia pegou a cidade toda de surpresa, e até agora a ficha não caiu. A gente não esperava isso porque ele sempre foi uma pessoa que não gostava de arma de fogo, tranquila, não queria briga e nem rivalidade”, declarou.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

A família estava muito abalada. Pompílio e Elba estavam casados há cerca de 15 anos e têm uma filha juntos. Elba tem um filho do casamento anterior e Pompilio tinha outras duas filhas, também de uma união anterior. Além de prefeito, Pompilio era avicultor e tinha propriedades em Salvador e Feira de Santana.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade