Parte do partido, contrária a Doria, tem estimulado Leite a se lançar na corrida pela indicação tucana, o que pode provocar racha na sigla. Em entrevista ao jornal O Globo, o governador gaúcho fez críticas à forma como Doria quer se impor como candidato tucano em 2022.
“Acho que o governador Doria tem a aspiração [de ser candidato à Presidência], como é legítimo. Mas não pode de qualquer maneira, se tem verdadeira intenção de contribuir com o país, fazer a sua aspiração pessoal maior do que a necessidade de encontrar uma maior convergência, em torno de uma candidatura que represente aquilo que nós entendemos que o Brasil precisa”, disse Leite.
Questionado sobre ter declarado voto em Bolsonaro em 2018, o governador do RS destacou que fez diferente de Doria, que agora prega oposição frontal ao governo. “Diferentemente do governador Doria, eu não fiz campanha casada com Bolsonaro, não manifestei apoio ao candidato. Em nenhum momento misturei o meu sobrenome ao dele. Pelo contrário, me manifestei como eleitor entre duas alternativas, para que logo depois de tantos escândalos de corrupção não houvesse o retorno ao poder do PT”, rebateu.
Ele também defendeu a permanência de Bruno Araújo na presidência nacional do PSDB. Doria quer assumir o cargo a partir de maio para, com o partido em mãos, levar à frente o intuito de ser candidato à Presidência da República.
“Entendo que o atual presidente do PSDB, Bruno Araújo, está conduzindo com muita responsabilidade e habilidade dentro de um quadro político difícil. E ele conquistou essa liderança. Acho que tem todas as condições para que continue na presidência. Há que se reconhecer essa força também de outros estados que o próprio Bruno construiu ao longo da sua trajetória.”
Leite ainda criticou a iniciativa de Doria de pedir a expulsão do deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) da sigla. O parlamentar é acusado pelo governador paulista de articular apoio da legenda à candidatura de Arthur Lira (PP-AL) ao comando da Câmara dos Deputados. O fato irritou Doria, já que Lira era apoiado por Bolsonaro, seu adversário político.
“Querer puni-lo com a expulsão por eventualmente ter sido um articulador de votos no candidato Arthur Lira (na eleição da Presidência da Câmara) é desprezar que houve dentro do partido outras motivações. Pelo que conversei com os deputados, muitas questões internas da Câmara pesaram mais do que qualquer posicionamento político em relação ao governo. Até porque o Arthur Lira foi apoiado pelo governo, mas não era o candidato do governo. Acho errado atribuir isso a um deputado, como é o caso que se atribui ao deputado Aécio Neves".
Do Bahia Notícias
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