No Pernambuco, um levantamento da Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) também mostrou, por meio de dados preliminares, uma diminuição no número de solicitações de leitos de UTI para idosos com mais de 85 anos com Covid-19 no estado após o início da vacinação.
Os dados da Prefeitura de São Paulo compreendem o período das primeiras semanas de aplicação da primeira dose do imunizante contra a Covid-19 na capital paulista, que começou em 5 fevereiro.
De acordo com a gestão paulistana, as mortes desses idosos recuaram de 127 em janeiro para 38 no mês passado. Os números de internações e de casos também tiveram uma queda acentuada.
Segundo a Prefeitura de SP, os números contemplam casos de residentes da capital e abrangem todos os equipamentos de saúde da cidade, sejam eles municipais, estaduais, privados ou filantrópicos.
Para o infectologista da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) Renato Kfouri, os dados são ainda preliminares em relação aos efeitos da imunização, mas "bastante animadores sobre a efetividade das vacinas na vida real das pessoas".
"Considerando que a vacina começou a ser aplicada em 5 de fevereiro e que elas começam a fazer efeito até 15 dias depois, é possível que a redução possa já ser reflexo da vacinação, especialmente em relação às mortes", afirmou.
Vacinação de idosos contra a Covid-19 no Brasil |
"São dados bastante preliminares e é preciso esperar os números de março e abril para que tenhamos uma conclusão efetiva. Mas se os números se mantiverem, é um resultado fantástico e confirma aquilo que a gente vem dizendo: a vacinação é boa e importante para a gente sair dessa pandemia", completou o infectologista.
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A opinião é compartilhada pelo médico Álvaro Furtado da Costa, infectologista do Hospital das Clínicas (HC) de São Paulo. Para ele, a vacina contra a Covid-19 é o "único fator novo" desses últimos meses, apesar do crescimento dos casos e óbitos desde janeiro na cidade e no estado de São Paulo.
"Estamos em um momento de crescimento dos casos e das mortes pela Covid desde o início de janeiro. E desde o começo da pandemia, a gente tem dito que os idosos são os mais vulneráveis à doença. Eles obviamente são os mais resguardados e isolados. Com a chegada da vacina, essa proteção foi redobrada. Então, se a gente separar os fatores novos dessa conta, a vacina foi o único fator novo, além do isolamento. O que pode nos indicar sim que a vacina é tudo aquilo que há meses a gente defende, assim como o isolamento, que também é importantíssimo", afirma.
Os infectologistas Renato Kfouri e Álvaro Furtado da Costa, de São Paulo. — Foto: Montagem/G1 |
"No Reino Unido eles aplicaram massivamente a vacina da Pfizer e da Oxford/AstraZeneca, que também é aplicada no Brasil em volume menor que a Coronavac. Mas isso indica que a Coronavac, do Butantan, que até agora foi a mais difundida e aplicada em SP, também pode ter o mesmo efeito positivo", destaca Álvaro Furtado.
O G1 questionou a gestão municipal a que se pode atribuir a queda acentuada desses números entre janeiro e fevereiro, mas não teve retorno até a última atualização dessa reportagem.
Idosa recebe imunização contra covid-19 na cidade de São Paulo — Foto: Rogério Galasse/Futura Press/Estadão Conteúdo |
Os idosos com mais de 90 anos começaram a ser vacinados na cidade de São Paulo no dia 5 de fevereiro. O início da vacinação na cidade foi marcado por emoção e alívio por parte dos parentes e dos idosos imunizados.
O balanço da Secretaria Municipal de Saúde aponta que, até esta sexta (5), pelo menos 78.734 idosos com mais de 90 anos já tinham sido imunizados na capital, 52.034 receberam a primeira dose e outros 26.700 a segunda dose.
Logo no primeiro dia de imunização, cerca de um terço dos mais de 30 mil idosos com mais de 90 anos da capital já haviam sido vacinados contra a Covid-19. A agilidade permitiu a antecipação da vacinação para os maiores de 85 anos.
Balanço da vacinação em SP até sexta-feira (5), divulgado pela Prefeitura de São Paulo. — Foto: Reprodução |
Segundo a prefeitura, a capital já vacinou o total de 389.292 idosos das faixas etárias acima de 77 anos. Nos cálculos da gestão municipal, cerca de 95% dos idosos de 80 a 84 anos e mais de 90% daqueles entre 77 e 79 anos já receberam ao menos a primeira dose da imunização.
Neste sábado (6) a 1ª etapa da imunização na capital foi feita nas 468 UBSs da capital (veja a lista completa). A vacinação inclui os seguintes grupos:
- Idosos com mais de 77 anos;
- Idosos a partir de 60 anos residentes em instituições institucionalizadas de longa permanência;
- Pessoas com 18 anos ou mais com deficiência, residentes em residências institucionalizadas inclusivas;
- População indígena vivendo em terras indígenas; Quilombolas;
- Profissionais de saúde a partir de 55 anos;
- Moradores de rua com mais de 60 anos;
- Sepultadores, veloristas, cremadores e condutores de veículos dos cemitérios públicos e privados do município de São Paulo;
- Trabalhadores dos serviços público CDI, SEAS, Centros de Acolhida Adulto e POP RUA.
Por Renato Ghelfi, Rodrigo Rodrigues e Vivian Reis, TV Globo e G1 SP
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