“Evocação de Canudos, do presente ao passado ou do passado ao presente, pode significar a presentificação dos fenômenos que deram forma a Canudos, desde as imagens dos rincões desertos do sertão, da sua formação societária, econômica, histórica, política, religiosa, linguística até a formação da fazenda canudos, do arraial de Canudos e de suas gentes chegadas com o Conselheiro, das forças desiguais e antagônicos, dos palcos e horrores da guerra fratricida, das águas do rio Vaza Barris represadas no Cocorobó, sepultando os restos da Delenda Canudos, a Jerusalém de Taipa”, diz Luiz Paulo Neiva, que também é diretor do Campus Avançado da Uneb em Canudos,
“Para quem ‘vive’ Canudos há mais de 35 anos, as evocações são várias, diversas. São evocações sobre o espaço físico, o cenário onde está cidade está colocada, no semiárido. E sobre pessoas com as quais convivi e aprendi a desvendar a alma do sertão, os bichos, os costumes, o modo de ver o mundo e a vida. A minha participação na mesa será uma forma de falar sobre esse mundo e como tenho vivido nela”, diz Manoel Neto que é autor de artigos, ensaios e da Cartilha Histórica de Canudos, entre outras obras.
A foto histórica de Antonio Conselheiro (Registro do fotógrafo Flávio de Barros) |
“Minha história com Canudos começou há 38 anos, quando fui fazer um trabalho como fotógrafo em Monte Santo e ouvia as pessoas falarem das histórias de seus antepassados. A partir daí, comecei a me interessar e pesquisar sobre o assunto, que é hoje um dos mais estudados nas universidades brasileiras”, conta Olavo. Ele destacou ainda a importância da segunda edição da Flican, consolidando um espaço para discussão de temas que são universais.
Manoel Neto, Bião de Canudos, Antonio Olavo e Professor Sérgio Guerra durante um encontro de canudenses realizado em Salvador (Foto: Arquivo / Evandro Matos). |
No sábado, às 19h, o tema Olhares e vertigens na memória coloca em destaque o trabalho do artista plástico Trípolli Gaudenzi, convidado que também é um dos homenageados desta edição pelas suas obras sobre Canudos, e do poeta e pesquisador José Aras, já falecido (1893-1979). Ele será evocado por Lina Aras, uma de suas descendentes.
Foto da Guerra de Canudos (Registro histórico de Flávio de Barros) |
O público poderá acompanhar ainda um passeio virtual por locais guardadores da memória histórica, tais como, Memorial Antônio Conselheiro, o Parque Estadual de Canudos, Museu Manoel Travessa, Instituto Popular Memorial de Canudos e o Museu João de Régis, que foi implantado recentemente, sob a curadoria do artista plástico e cenógrafo Edmilson Santana.
A II Flican é uma realização da Dona Edite Comunicação Integrada. O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Pedro Calmon (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal. Toda a programação da feira poderá ser conferida, gratuitamente, pelo público no canal Youtube do Campus Avançado da Uneb em Canudos e pela Canudos TV.
Do Interior Da Bahia
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