Apesar de não ter a certificação como Quilombola, a comunidade luta há anos por esse título, e está embasada no Decreto 6.040/2007, que a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais – PNPCT.
Conforme o Artigo 3º do referido Decreto compreende-se por Povos e Comunidades Tradicionais: grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais, que possuem formas próprias de organização social, que ocupam e usam territórios e recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição; Territórios Tradicionais: os espaços necessários a reprodução cultural, social e econômica dos povos e comunidades tradicionais, sejam eles utilizados de forma permanente ou temporária, observado, no que diz respeito aos povos indígenas e quilombolas, respectivamente, o que dispõem os arts. 231 da Constituição e 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias e demais regulamentações; e Desenvolvimento Sustentável: o uso equilibrado dos recursos naturais, voltado para a melhoria da qualidade de vida da presente geração, garantindo as mesmas possibilidades para as gerações futuras.
Vale ressaltar que desde 2017 o município de Ichu recebe recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) direcionados à Quilombola, porém, como fora informado ao Conselho de Alimentação Escolar, porém, somente na atual gestão, o valor está sendo destinado totalmente para a Escola Municipal Dr. Ipê Cana Brasil em Praianos, ou seja, não é dividido com as demais unidades.
SAMUEL PEDRO PARA O AL NOTÍCIAS
HISTÓRICO DO QUILOMBO DA FLOR ROXA
A Pesquisa de campo sobre Cultura Tradicional Remanescente em Praianos – Raízes Quilombo da Flor Roxa, realizada nesse ano de 2009, por este escritor, Samuel Pedro, garimpou um fabuloso material de estimada importância, acerca da história e principalmente, em excepcional, sobre a cultura remanescente de quilombo presente em Praianos, com, suas origens no Quilombo da Flor Roxa, quilombo que foi formado na primeira metade do século XIX, nas: fazenda e serra São Caetano, por negros escravos fugido, dos “seus senhores”, do recôncavo baiano e da região, e desativado pelo capitão José Joaquim de Almeida – fontes históricas dessas publicações: do jornalista e escritor Tasso Franco e do professor Lafayete Coutinho. Muito se tinha em descrição sobre a história, porém, a cultura não tinha sido antes descrita com minúcia relevante e prioritária atenção aos mínimos detalhes destinados a registrar tudo em sua grandeza, como cada coisa acontecia.
Foto: Enviada por Samuel Pedro |
Eis os fatos! Para o sucesso da já citada pesquisa de campo, que durou 5 meses e meio, com devida organização do conteúdo obtido em 40 paginas, e mais de 19:00 horas de entrevistas com os moradores locais – pessoas mais velhas de terceira idade, fez-se necessário: várias entrevistas com os moradores mais velhos de Praianos, atores sociais que prestam serviços na comunidade – pela igreja, pela saúde, pela educação e pela associação de moradores local. O material foi catalogado em: gravações auditivas, fotos e anotações. Foram feitas diversas visitas aos marcos históricos – os vestígios – no local que existiu o quilombo, nas terras e serra do São Caetano. Como referência ou material de apoio, foram utilizados, além das publicações já relatadas neste artigo de caráter reportório, também houve as buscas diversas em sites na internet, com assuntos relacionados ao tema desse projeto.
Os resultados: as origens dos principais e antigos moradores locais, seus descendentes; a rica imensidão cultural, afro descendente, sua complexa e curiosa organização; o modo de viver, sugestivo à vida quilombola, exemplificado num fascinante molde de sistema de vida coletiva, expressa nas praticas e atividades de identidades, tribais, quilombolas, afro-brasileiras ou miscigenadas como: a prática da capoeira como arte e defesa, os diversos tipos e vertentes impressionantes, do Samba e Cantorias de Roda, as letras, os sambadores e como o samba entrelaçavam com as atividades de mutirões, adjitórios e Bois-Roubados; o incrível calendário anual de atividades de força tarefa; a medicina alternativa: os raizeiros ou mezinheiros, os benzedores ou rezadores e a mística do serviço de parteira; a culinária; a forma de produzir na agropecuária; as rezas do mês de setembro; as lendas e mitos; as mudanças pontuais, a partir do advento do catequismo, do evangelismo e do êxodo rural. Essas informações foram passadas pelas pessoas mais velhas de nossa comunidade de Praianos, para mim estimadas figuras mestres e mestras dos saberes e de bem viver a vida popular real, a essas pessoas, esse simples modesto, curioso e anotador de fatos, deve muito respeito, admiração e pede-lhes a benção!
Durante alguns momentos da pesquisa tiveram bate-bola, Pedro Genir – entrevistado nas questões atuais, e acompanhante de em algumas entrevista – atual presidente da associação de moradores de Praianos, com a escola Dr. Ipê – intercambio pedagógico: destaque semana da cutura promovida pela escola (a pesquisa estava na 3ª etapa) e com a Uneb Serrinha, através de dois grupos de estudantes de Pedagogia pela disciplina de Atrompologia – destaque para a alta pontuação que essas equipes receberam na faculdade com o resultado obtido ao pesquisar sobre esse assunto, onde foi cedido informações a elas, em entrevista com este pesquisador, em respostas aos dados recolhidos na Pesquisa de campo sobre Cultura Tradicional Remanescente em Praianos – Raízes Quilombo da Flor Roxa (a pesquisa estava na 3ª etapa). A Pesquisa de campo sobre Cultura Tradicional Remanescente em Praianos – Raízes Quilombo da Flor Roxa, foi um acontecimento a parte, a esses outros trabalhos – de objetivos e resultados relevantes, porem com efetivação desprendida da pesquisa (sendo assim independente a Pesquisa de campo sobre Cultura Tradicional Remanescente em Praianos – Raízes Quilombo da Flor Roxa) toda estruturada por este que ora escreve esse artigo, os momentos de integração descritos, foram valiosos para no tocante a visibilidade e difusão do assunto. No tocante a esses momentos de integração, considera-se devidamente, o fato de ter havido um momento que já está posto como importante para a questão maior que é a elevação de nossa cultura remanescente do Quilombo da Flor Roxa.
Samuel Pedro Lima da Silva – Quilombola
Redação do AL NOTÍCIAS
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