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quinta-feira, 24 de junho de 2021

Dois são presos por ajudar Lázaro na fuga; polícia investiga mais pessoas

"Uma das pessoas presas tentou tirá-lo do perímetro", afirmou o secretário de segurança de Goiás, Rodney Miranda
Duas pessoas foram presas acusadas de ajudar Lázaro Barbosa na fuga em Girassol (GO). A informação foi confirmada pelo secretário de Segurança, Rodney Miranda, em entrevista coletiva nesta quinta-feira (24/6). "Nós fechamos o perímetro. A probabilidade de ele ter saído é muito pequena", disse o chefe da pasta, completou: "Uma das pessoas presas tentou tirá-lo do perímetro".

Os dois presos serão levados para a Central de Flagrantes de Águas Lindas. Eles foram autuados por porte ilegal de armas e facilitação da fuga de preso. A força-tarefa não exclui a possibilidade de outras pessoas terem ajudado o criminoso.  

Segundo o secretário, as provas são "contundentes" e os policiais identificaram uma casa onde estavam os dois homens acusados de ajudar na fuga do criminoso. Um deles estava com a arma que Lázaro roubou em Cocalzinho (GO), uma espingarda H roxa calibre 22, com 50 munições. Apesar disso, a força-tarefa acredita que Lázaro ainda esteja no perímetro delimitado pelos policiais, pois confirmou que a denúncia de uma testemunha que afirmou tê-lo visto na área hoje. 

Em contato com a mãe, Eva Maria, dois dias depois do assassinato de uma família em Ceilândia, Lázaro afirmou que não havia agido sozinho. A perícia no carro, serrote e lençol encontrados na mata ainda não foi concluída, mas os investigadores acreditam que o veículo incendiado não tem relação com o caso.  

Mais cedo, foi registrada intensa movimentação das forças de segurança para encontrar pistas do foragido. No início do dia, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Polícia Militar de Goiás continuaram a montar bloqueios ao longo da BR-070. Entre Águas Lindas e Girassol, todos os veículos foram parados e vistoriados em ao menos dois pontos de retenção policial.

Por volta das ,15h, as viaturas das polícias civil e militar fecharam uma estrada de terra na chegada ao distrito de Girassol, próximo a Cocalzinho. Helicópteros se juntaram à operação, que durou toda a tarde e entrou pela noite. A movimentação ocorreu após moradores afirmarem ter visto um homem no local. “Correu para a mata”, disse uma moradora. Cerca de 30 viaturas caracterizadas rondaram a região e o secretário de Segurança Pública de Goiás esteve presente. Durante a entrevista coletiva, ele afirmou que este foi o momento em que um dos suspeitos de colaborarem com Lázaro foi preso.  

Em meio às investigações, o advogado Wesley Lacerda, que representa a família de Lázaro, afirmou, em entrevista ao Correio, que tenta entrar em contato com o foragido para convencê-lo a se entregar. Ele chegou a colocar créditos em dois celulares que podem estar com o criminoso.  

Buscas há 16 dias 
As buscas por Lázaro tiveram início em 9 de junho, quando a polícia começou a investigar um triplo homicídio no Incra 9, em Ceilândia. Pai e dos dois filhos foram e encontrados mortos e a mãe da família não estava no local. O incidente Cláudio Vidal de Oliveira, 48 anos, e os filhos dele, Gustavo Marques Vidal, 21, e Carlos Eduardo Marques Vidal, 15, eram as vítimas. Cleonice estava desaparecida.  

No fim da tarde, a Polícia Civil do DF divulgou a foto de Lázaro Barbosa de Souza e o confirmou como suspeito de cometer os crimes em Ceilândia Norte. A descoberta foi feita a partir de impressões digitais encontradas na chácara. Com a identidade, a ficha de Lázaro foi levantada, com um histórico recente de agressões.

Em 26 de abril, Lázaro cometeu estupro e roubo contra uma mulher que abordou na rua. O caso é investigado pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam). Já em 17 de maio, ele invadiu outra chácara, próxima à da família assassinada. Nela, amarrou as vítimas e as ameaçou com revólver e faca, obrigou todos a ficarem nus e as moças da família a cozinharem para ele.

Novas invasões, confissão e incêndios
As buscas por Cleonice já completavam 24 horas quando a PCDF descobriu outra invasão em uma chácara próximo ao local onde a empresária foi sequestrada. Lázaro foi reconhecido pela nova vítima. Durante três horas da tarde de 10 de junho, ela e o caseiro foram mantidos reféns.

De acordo com relatos das vítimas, Lázaro encontrou o caseiro primeiro e disse que não ia fazer nada, contanto que ninguém reagisse. Em seguida, colocou uma máscara de criança e mandou chamar quem estava dentro de casa. Para a dona da chácara, o criminoso confessou ter matado a família Vidal, mas disse que não estava só.

Na madrugada de sexta-feira (11/6), as buscas por Lázaro e por Cleonice ultrapassaram a fronteira do Distrito Federal. O suspeito invadiu uma chácara em Ceilândia por volta das 20h, fez o caseiro refém e roubou um veículo, um Palio branco, que usou para se dirigir até Cocalzinho de Goiás (GO), às 3h30. Lá, na BR-070, incendiou o carro.

Ainda na cidade, Lázaro invadiu outra chácara, fez um caseiro refém e o obrigou a cozinhar no sábado (12/6). Depois, invadiu outra residência e baleou três homens, que ficaram em estado grave. No fim da noite, ateou fogo em outra chácara. Foi neste mesmo dia, à tarde, que Cleonice foi encontrada, sem vida, por familiares e vizinhos em um córrego próximo ao local em que morava.

No domingo (13/6), o suspeito roubou um carro, crime denunciado pelo dono aos mais de 200 policiais mobilizados na cidade de Cocalzinho. O veículo foi encontrado às margens da BR-070, próximo a Edilândia (GO), local em que as buscas foram intensificadas.

Outra família foi feita refém pelo criminoso na terça-feira (15/6). Lázaro pretende fazer um ritual macabro com os reféns , informou o secretário de Segurança Pública do Estado de Goiás (SSP-GO), Rodney Rocha Miranda. por mensagem, uma adolescente moradora da chácara pediu ajuda à polícia: "Socorro. O assassino Lázaro está aqui em casa"Nesta quarta-feira (16/6), a polícia divulgou vídeo do momento em que as vítimas são soltas . As imagens mostram a troca de tiros que deixa um policial ferido de raspão na cabeça.

Darcianne Diogo | Ana Isabel Mansur | Talita de Souza / Correio Braziliense

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