O livro “A riqueza do lugar: história da Comunidade Quilombola do Maracujá” foi idealizado pela professora, Raiane Cordeiro, natural da cidade de Conceição do Coité e escrito a partir das vozes das anciãs da localidade e das ilustrações das crianças do 4° e 5° ano (turma multisseriada), do Ensino Fundamental, anos iniciais da Escola Municipal Maria Rita Marcelina Silva.
A história se passa na Comunidade Quilombola do Maracujá, localizada a cerca de 20 quilômetros da sede da cidade de Conceição do Coité, no interior da Bahia, onde vive um grupo de pessoas que tem uma história de luta, resistência e esperança. A comunidade enxerga nas crianças e jovens uma oportunidade de realização de sonhos, o que pode ser facilmente percebido através das histórias recontadas pela griô dona Dandara, que por convite da professora vai até a escola para contar as crianças um pouco do que sabe sobre o surgimento da comunidade e das pessoas que nela habitam. Toda história se passa em uma aula diferente, rica em culturas e ensinamentos na sala de aula do 4° e 5° ano (multisseriada) do Ensino Fundamental, Anos Iniciais da Escola Municipal Maria Rita Marcelina Silva.
O processo de construção da história se deu de forma dialógica, ao longo de cinco meses de diagnóstico, estudo, observação e intervenção, efetivados por meio de entrevistas com as anciãs, lideranças e professoras da comunidade e de oficinas de contação de histórias realizadas com as crianças. O material visa, acima de tudo, apresentar um caráter interdisciplinar, englobando conteúdos históricos, literários, sociológicos, geográficos e de tantas outras inúmeras interfaces pensadas para a construção desse material, além de ser uma oportunidade para o fortalecimento de discussões sobre alteridade.
Embora o livro tenha sido pensando para o público infantil, ele é direcionado para todas as pessoas que sejam amantes da leitura e de debates que envolvem os aspectos das diferentes culturais e diferentes histórias que permeiam a formação do povo brasileiro. Nessa perspectiva, a professora/pesquisadora, intenciona que o paradidático possa ser utilizado nas escolas públicas municipais da cidade de Conceição do Coité, e por isso, distribuirá, de forma gratuita, um exemplar para cada escola e para a biblioteca pública local, afim de transformá-lo em um documento de identidade, emancipação, reconhecimento e luta, tornando a comunidade conhecida pelo máximo de pessoas possíveis e servindo como material de apoio no município e como uma opção lúdica e responsável para o ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana.
Por: Raiane Cordeiro de Araújo / Foto: Divulgação
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