Os delegados também prometem paralisações parciais e progressivas,
cujas datas ainda serão definidas, e a associação liberou seus
associados para que entreguem cargos de chefia ou se neguem a aceitar
novas lotações.
As medidas aprovadas na assembleia realizada na segunda (2) e terça
(3) são mais um capítulo da crise entre os policiais federais e o
governo Bolsonaro.
"É importante destacar que a segurança pública foi a maior bandeira
de campanha do governo Bolsonaro e o destacado trabalho das forças de
segurança vem sendo utilizado, indevidamente, pelo presidente como
instrumento de marketing para a sua reeleição", diz a ADPF, em nota
divulgada nesta manhã.
"Foram aprovadas, ainda, ações de mobilização e conscientização da
população durante as atividades administrativas, como controle
imigratório, de armas, de produtos químicos e segurança privada,
realizadas pela PF", informa a associação.
Os policiais criticam o reiterado descumprimento das promessas feitas pelo presidente Jair Bolsonaro.
No ano passado, o presidente chegou a prometer que faria a reestruturação da PF e R$ 1,7 bilhão foi reservado no Orçamento.
Como mostrou a Folha, os policiais federais têm subido o tom das
críticas ao governo Jair Bolsonaro após o governo sinalizar a concessão
de aumento de 5% a todas carreiras federais, o que descartaria a
reestruturação prometida às categorias federais da segurança pública.
Desde que o aumento começou a ser noticiado e não foi desmentido pelo
governo, as entidades representativas dos delegados, peritos e agentes
federais passaram a se reunir para debater qual será a resposta a ser
dada.
Além da reestruturação, os policiais citam as perdas com o aumento da
alíquota de contribuição criado pela reforma da Previdência e a PEC
Emergencial, aprovada em março de 2021 com apoio da base do governo, que
prevê um gatilho para congelamento de salário e proibição de progressão
na carreira e novas contratações sempre que houver decretação de estado
de calamidade ou quando a relação entre despesas correntes e receitas
correntes alcançar 95%.
Em todos os casos, afirmam os policiais, havia a promessa do governo
de deixar os policiais de fora e, na última hora, o acordo não foi
cumprido.
Os policiais lembram que, além das promessas de Bolsonaro, no dia 28
de março, o ministro Anderson Torres garantiu em uma reunião com as
entidades que a reestruturação seria realizada.
Por Fabio Serapião | Folhapress | BN
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