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sábado, 16 de setembro de 2023

Conheça Dona Cadu: 103 anos de sabedoria, disposição e saúde

A sambista esteve em Feira de Santana para palestrar aos alunos do Instituto de Educação Gastão Guimarães.
A centenária artesã Ricardina Pereira da Silva, carinhosamente conhecida como Dona Cadu, esteve na manhã desta sexta-feira (15) no Programa Acorda Cidade, na Rádio Sociedade News FM, onde falou sobre sua presença em Feira de Santana e a palestra que iria ministrar aos alunos do Instituto de Educação Gastão Guimarães (IEGG). 
Foto: Iasmim Santos/Acorda Cidade
A idosa possui dois títulos de Doutora Honoris Causa pela Universidade Federal da Bahia (Ufba) e a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) em reconhecimento aos seus saberes populares e culturais que representam o samba de roda e a cultura da cerâmica do recôncavo baiano.

Dona de um vasto conhecimento adquirido ao longo dos seus 103 anos, a sambadeira, ceramista, rezadeira e também cozinheira esbanja alegria, saúde e muita disposição. Ela brinca que não quer ir para o céu tão cedo. Em entrevista, ao radialista Dilton Coutinho, ela falou que estava feliz, pois desejava muito conhecê-lo pessoalmente. 
Foto: Brenda Filho/Acorda Cidade
“Eu vim lhe conhecer e eu iria perder essa pessoa? Trabalho fazendo minhas cerâmicas, lhe trouxe uma panela e uma frigideira para fazer sua moquequinha. Quando fizer, faça bem gostosa”
, recomendou.
Foto: Iasmim Santos/Acorda Cidade
A neta de Dona Cadu, Luana também estava acompanhando -a e falou sobre a importância da avó em sua vida. “Minha vó é meu tudo, me criou desde os dois meses, porque minha mãe não podia por conta do trabalho. É uma pessoa surreal”, falou.   

A sambadeira é de Maragogipe, do distrito de Coqueiros do Paraguaçu. Ela deu uma palhinha de um dos seus sambas de roda que mais embalam as festividades culturais da região. “Quando eu estou no queimador, queimando a louça, os meninos cantam: ‘chegou dona Cadu, do queimador de louça, quando o vento bate, balança a sua roupa, balança sua roupa, balança sua roupa, chegou dona Cadu do queimador de ro…”, cantou com palmas contagiando a todos.

Este ano, Dona Cadu participou do quadro Avisa Lá que eu Vou, com Paulo Vieira, do programa Fantástico, contando um pouco da sua trajetória e as histórias fascinantes da cultura do Recôncavo Baiano. Ao Acorda Cidade ela também relembrou outros momentos e viagens acumulados nas páginas de seu centenário de vida.
Foto: Reprodução/Rede Social
“Eu fui em Curitiba, o governador de lá mandou me buscar na minha casa. Quando eu cheguei, ele questionou se eu era Dona Cadu, eu disse: sou eu mesmo, se tiver outra aqui é ‘contrabanda’. Ele disse, a senhora é a rainha da Bahia, o mundo todo lhe conhece, a dona é mais conhecida do que eu que sou governador, eu respondi: vamos sentar no chão para fazer panela que você fica conhecido”, disse.  

Nesta manhã, ela esteve no colégio Gastão para conversar com os alunos sobre sua experiência e trajetória nestes mais de cem anos. Ela contou que desde menina trabalhou muito na roça, que ia até a pedreira quebrar brita. 
Foto: Ney Santos/Acorda Cidade
A diretora do Gastão, Alfreda Xavier, disse que os adolescentes estavam encantados por conhecer uma centenária na plenitude dos seus 103. “O Gastão recebe esse presente, essa mulher guerreira, de milhões de coisas que faz até hoje com os seus 103 anos, então ela veio aqui falar um pouco da vida dela para os nossos alunos. Conversei, ela me contou sobre a vida dela, me presenteou com o artesanato, então são poucas pessoas que chegam a essa idade e lúcida como ela está”, declarou. 
Foto: Ney Santos/Acorda Cidade
Até hoje, Dona Cadu mantém em sua casa a fábrica de cerâmica onde produz panelas, frigideiras, fogareiros entre outros artesanatos através do barro. Seus produtos são apreciados em todo o mundo, por representar a cultura popular brasileira e pela sua excelência nos manejos com a cerâmica. “Todo lugar que chegar os fregueses, eu tenho panela, frigideira para fazer moqueca, fogareiro para botar carvão para cozinhar”, explicou.
Foto: Iasmim Santos/Acorda Cidade
A artesã também é líder comunitária na comunidade de Coqueiros. Através dos seus ensinamentos, muitas mulheres já se formaram como louceiras.  

A matriarca conta a receita para viver bem com longevidade. “Não andar triste, não brigar com ninguém, ter muitos amigos e fazer festa. Tristeza para lá. É porque eu tenho meus 103 anos, Deus é mais forte. Eu quero ter é muita alegria para eu sambar, que eu não sou boba”, brincou.   

Por Jaqueline Ferreira com informações do repórter Ney Santos do Acorda Cidade / AC

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