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quinta-feira, 9 de novembro de 2023

Ichu: Líder Comunitário do Quilombo da Flor Roxa fica indignado com retirada das Placas que identificam o povoado de Praianos como comunidade Quilombola

De acordo com Samuel, as placas foram retiradas no final de semana passado. Ele diz não saber, até o momento, quem são os autores e os motivos
O líder comunitário Samuel Pedro que é um dos grande batalhadores pela luta de afirmação e reconhecimento da comunidade de Praianos no município de Ichu como remanescente de Quilombola, está bastante indignado com a retirada de duas placas que identificavam Praianos como Comunidade Quilombola de Flor Roxa.

De acordo com Samuel, em vídeos enviados ao AL NOTÍCIAS, as placas foram retiradas no final de semana passado, demonstrando tamanha falta de respeito com os moradores da comunidade. Ele diz não saber, até o momento, quem são os autores e os motivos.
Apesar de não ter a certificação como Quilombola, a comunidade luta há anos por esse título, e está embasada no Decreto 6.040/2007, que a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais – PNPCT.     

Conforme o Artigo 3º do referido Decreto compreende-se por Povos e Comunidades Tradicionais: grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais, que possuem formas próprias de organização social, que ocupam e usam territórios e recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição; Territórios Tradicionais: os espaços necessários a reprodução cultural, social e econômica dos povos e comunidades tradicionais, sejam eles utilizados de forma permanente ou temporária, observado, no que diz respeito aos povos indígenas e quilombolas, respectivamente, o que dispõem os arts. 231 da Constituição e 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias e demais regulamentações; e Desenvolvimento Sustentável: o uso equilibrado dos recursos naturais, voltado para a melhoria da qualidade de vida da presente geração, garantindo as mesmas possibilidades para as gerações futuras.   

HISTÓRICO DO QUILOMBO DA FLOR ROXA

A Pesquisa de campo sobre Cultura Tradicional Remanescente em Praianos – Raízes Quilombo da Flor Roxa, realizada nesse ano de 2009, por este escritor, Samuel Pedro, garimpou um fabuloso material de estimada importância, acerca da história e principalmente, em excepcional, sobre a cultura remanescente de quilombo presente em Praianos, com, suas origens no Quilombo da Flor Roxa, quilombo que foi formado na primeira metade do século XIX, nas: fazenda e serra São Caetano, por negros escravos fugido, dos “seus senhores”, do recôncavo baiano e da região, e desativado pelo capitão José Joaquim de Almeida – fontes históricas dessas publicações: do jornalista e escritor Tasso Franco e do professor Lafayete Coutinho. Muito se tinha em descrição sobre a história, porém, a cultura não tinha sido antes descrita com minúcia relevante e prioritária atenção aos mínimos detalhes destinados a registrar tudo em sua grandeza, como cada coisa acontecia. 
Foto: Enviada por Samuel Pedro
A história de formação e desativação desse refúgio de negros em busca de suas liberdades, situação opostas às vividas nos domínios dos perversos escravocratas, bem como, as informações a respeito de aonde vieram os mesmos, de quando se deram esses fatos, quem desativou o quilombo, a mando de quem e os vestígios físicos e contundentes em substantivos desses acontecimentos históricos. Tudo isso, já fora há muito tempo e recentemente literado, pelos: jornalista e escritor Tasso Franco, no livro Serrinha História e Estória, editado em 1972 e do professor serrinhense Lafayete Coutinho no livro O Boi Barbatão e outras Crônicas de Serrinha. Também recentemente, em 2004, o escritor local, Antônio José de Oliveira, da comunidade de Bela Vista, no livro Principais Raízes do Nosso Povo: O Indígena, O Africano e o português. Tendo ainda, o documentário em vídeo, com titulo, Projeto História e Cultura Afro-brasileiro e seus reflexos-ichu-bahia, produzido em outubro de 2003, pela professora Neja, para sua licenciatura em Geografia pela Uefs. Vale notificar ainda, uma quantidade enorme de informações, que revelam indícios, de uma história afro-diamantizada, que segundo os registros teve início há cerca de 160 anos atrás, em meados do século XIX, e foi transmitida cotidianamente, pelos moradores locais, em destaque os da comunidade de Praianos, porém, essas informações, estavam postas de maneira desorganizada, precisava que alguém tecesse essa organização.
Nesse artigo, O Quilombo da Flor Roxa: Um olhar sobre Remanescência – Parianos uma comunidade Quilombola, que foi escrito com o compromisso de revelar em abordagens específicas, conteúdos essenciais de com foram realizados os trabalhos de campo a construção substancial da pesquisa, a metodologia aplicada, os materiais e recursos fundamentais e, é claro! Os resultados obtidos, leais às metas do projeto de pesquisa, já citado no inicio do texto, e concluído com louvável êxito. Para tanto, se fez necessário, um devido empenho, em sob medida, planejar, instigar, ouvir, gravar em áudio, fotografar, anotar, pesquisar e por fim, documentar tudo, tudo isso, em uma longa e árdua, entretanto, gratificante tarefa de grafar esse belo diamante negro, que é nossa cultura remanescente flor roxense.    

Eis os fatos! Para o sucesso da já citada pesquisa de campo, que durou 5 meses e meio, com devida organização do conteúdo obtido em 40 paginas, e mais de 19:00 horas de entrevistas com os moradores locais – pessoas mais velhas de terceira idade, fez-se necessário: várias entrevistas com os moradores mais velhos de Praianos, atores sociais que prestam serviços na comunidade – pela igreja, pela saúde, pela educação e pela associação de moradores local. O material foi catalogado em: gravações auditivas, fotos e anotações. Foram feitas diversas visitas aos marcos históricos – os vestígios – no local que existiu o quilombo, nas terras e serra do São Caetano. Como referência ou material de apoio, foram utilizados, além das publicações já relatadas neste artigo de caráter reportório, também houve as buscas diversas em sites na internet, com assuntos relacionados ao tema desse projeto.

Os resultados: as origens dos principais e antigos moradores locais, seus descendentes; a rica imensidão cultural, afro descendente, sua complexa e curiosa organização; o modo de viver, sugestivo à vida quilombola, exemplificado num fascinante molde de sistema de vida coletiva, expressa nas praticas e atividades de identidades, tribais, quilombolas, afro-brasileiras ou miscigenadas como: a prática da capoeira como arte e defesa, os diversos tipos e vertentes impressionantes, do Samba e Cantorias de Roda, as letras, os sambadores e como o samba entrelaçavam com as atividades de mutirões, adjitórios e Bois-Roubados; o incrível calendário anual de atividades de força tarefa; a medicina alternativa: os raizeiros ou mezinheiros, os benzedores ou rezadores e a mística do serviço de parteira; a culinária; a forma de produzir na agropecuária; as rezas do mês de setembro; as lendas e mitos; as mudanças pontuais, a partir do advento do catequismo, do evangelismo e do êxodo rural. Essas informações foram passadas pelas pessoas mais velhas de nossa comunidade de Praianos, para mim estimadas figuras mestres e mestras dos saberes e de bem viver a vida popular real, a essas pessoas, esse simples modesto, curioso e anotador de fatos, deve muito respeito, admiração e pede-lhes a benção!    

Durante alguns momentos da pesquisa tiveram bate-bola, Pedro Genir – entrevistado nas questões atuais, e acompanhante de em algumas entrevista – atual presidente da associação de moradores de Praianos, com a escola Dr. Ipê – intercambio pedagógico: destaque semana da cutura promovida pela escola (a pesquisa estava na 3ª etapa) e com a Uneb Serrinha, através de dois grupos de estudantes de Pedagogia pela disciplina de Atrompologia – destaque para a alta pontuação que essas equipes receberam na faculdade com o resultado obtido ao pesquisar sobre esse assunto, onde foi cedido informações a elas, em entrevista com este pesquisador, em respostas aos dados recolhidos na Pesquisa de campo sobre Cultura Tradicional Remanescente em Praianos – Raízes Quilombo da Flor Roxa (a pesquisa estava na 3ª etapa). A Pesquisa de campo sobre Cultura Tradicional Remanescente em Praianos – Raízes Quilombo da Flor Roxa, foi um acontecimento a parte, a esses outros trabalhos – de objetivos e resultados relevantes, porem com efetivação desprendida da pesquisa (sendo assim independente a Pesquisa de campo sobre Cultura Tradicional Remanescente em Praianos – Raízes Quilombo da Flor Roxa) toda estruturada por este que ora escreve esse artigo, os momentos de integração descritos, foram valiosos para no tocante a visibilidade e difusão do assunto. No tocante a esses momentos de integração, considera-se devidamente, o fato de ter havido um momento que já está posto como importante para a questão maior que é a elevação de nossa cultura remanescente do Quilombo da Flor Roxa.    

Samuel Pedro Lima da Silva – Quilombola    

Redação do AL NOTÍCIAS

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