A palestrante, Clécia da Silva Oliveira, trouxe para o debate, os impactos do racismo estrutural na saúde e bem-estar da população negra
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Ichu-Ba promoveu nesta terça-feira, 21 de novembro de 2023, uma atividade alusiva ao Novembro Negro visto que no dia 20 é celebrado no Brasil o Dia da Consciência Negra. O dia foi escolhido por ser a data atribuída à morte de Zumbi dos
Palmares, em 1695, um dos maiores líderes negros que lutou pela
libertação do povo contra o sistema escravista.
A palestrante, Clécia da Silva Oliveira, trouxe para o debate, os impactos do racismo estrutural na saúde e bem-estar da população negra.
Keu Silva que é coiteense, presidenta da Associação Cultural e beneficente Revolution Reggae, produtora cultural, pesquisadora e especialista em agorecologia destacou que mais de 300 anos
depois, a luta pela igualdade social e pela inclusão dos negros na sociedade ainda enfrenta obstáculos e desafios. Para ela é preciso falar sobre racismo todos os dias, pois a discriminação racial impõe o baixo acesso dessas pessoas a cargos de liderança, mandatos políticos, entre outros problemas. Segundo dados diários, os negros são os que mais morrem e também são a população em que a taxa de mortes violentas mais cresce. Keu trouxe a sua história de vida e a sua sede de lutar pelo que ela acredita. “É sobre
saber que podemos chegar lá. è preciso lembrar que somos o que quisermos ser".
Durante a atividade várias pessoas presentes trouxeram depoimentos vivenciados constantemente e houve troca de saberes o que tornou o momento ainda mais produtivo.
Wagner e Telma, servidores públicos municipais, contribuíram com uma belíssima apresentação teatral que reforça o tema. Eu sou porque somos.
Deisy Coelho, coordenadora da Atenção Básica agradeceu a presença de todos, lembrou da sua ancestralidade o que a fez ser o que hoje representa e que continuará sempre buscando dias melhores porque querer é poder.
Ana Maria, professora da rede municipal dentre tantos exemplos trouxe a boneca Abayomi que foi criada para as
crianças, jovens, adultos na época da escravidão. As mulheres negras as
confeccionavam com pedaços de suas saias, único pano encontrado nos
navios negreiros, para acalmar e trazer alegria para todos.
"Produzida pelas mulheres, a partir das
próprias vestes, abayomis distraíam as crianças sequestradas, em África,
para a escravidão no Brasil. E pensar que Abayomi significa “encontro precioso” em yorubá, idioma original da Nigéria, o país mais populoso de África, na região Ocidental do continente… abay = encontro e omi = precioso Nada precioso esperava os “tripulantes” dos pequenos navios negreiros – chamados tumbeiros -, que atravessavam o oceano Atlântico a caminho do Brasil. E, não por acaso, as crianças choravam e as mães rasgavam retalhos de suas saias e criavam pequenas bonecas, feitas de tranças ou nós, que serviam como amuleto de proteção. Assim elas acalentavam seus filhos e filhas, continham as lágrimas dos menores, e transformaram, mesmo sem saber, as bonecas em símbolo de resistência". (https://primeirosnegros.com/abayomi/)
Iran Santiago trouxe o grupo do pé do morro, (família de Kel Silva) e suas vozes de ouro cantando samba de roda para abrilhantar ainda mais o espaço.
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Por Cida Carneiro / Ichu Notícias
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