quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

Justiça decide tirar Ednaldo da CBF e coloca presidente do STJD como interino; Fifa pode punir entidade

A decisão foi unânime e a CBF irá recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ)

Nesta quinta-feira (7), a 21º Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decidiu depor Ednaldo Rodrigues do cargo de presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Os magistrados determinaram ainda que o presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), José Perdiz, irá assumir a CBF pelo prazo de 30 dias para que conduza uma nova eleição.

A decisão foi unânime e a CBF irá recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Segundo o entendimento dos desembargadores, o Termo de Acordo de Contuda (TAC) assinado entre o Ministério Público e a CBF, ilegal pelo órgão não ter legitimidade para se interferir nos assuntos internos da Confederação por se tratar de uma entidade privada.


Em 2018, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) moveu uma ação contra a CBF por entender que o estatuto da entidade estava em desacordo com a Lei Pelé, que previa peso igualitário entre federações e clubes. No entanto, no meio do caminho, o então presidente da CBF, Rogério Caboclo, foi afastado do cargo por causa de denúncias de assédio sexual. Ednaldo Rodrigues, que era vice à época, assumiu como interino e negociou o TAC com o MPRJ. A eleição de Caboclo foi anulada, outra marcada e o próprio Ednaldo eleito.

 

O questionamento dos demais vices que faziam parte da administração de Caboclo é que eles não foram consultados sobre o acordo e que foram prejudicados pelo seu desdobramento, já que também precisaram sair de seus cargos. Além disso, dizem que o juízo de 1º grau não tinha competência para homologar o acordo. Em defesa, a CBF diz que é vítima de um golpe orquestrado por Marco Polo Del Nero e Ricardo Teixeira.

 

FIFA PODE PUNIR CBF POR INTERFERÊNCIA EXTERNA

 

Ainda nesta quinta-feira (7), a Fifa enviou uma notificação à CBF alertando sobre o risco de suspensão caso o presidente Ednaldo Rodrigues seja afastado do cargo "por influência indevida de terceiros". Isso, poderia tirar o Fluminense do Mundial de Clubes, que começará neste mês de dezembro.


"Neste contexto, gostaríamos de lembrar que de acordo com o art. 14 par. 1 i) e art. 19 dos Estatutos da Fifa, as associações membros da Fifa são obrigadas a gerir os seus assuntos de forma independente e sem influência indevida de terceiros. Qualquer violação destas obrigações pode levar a potenciais sanções, conforme previsto nos Estatutos da Fifa", diz um trecho do comunicado. "Além disso, e em relação ao acima exposto, gostaríamos de enfatizar que quaisquer violações ao art. 14 par. 1 i) dos Estatutos da Fifa também pode levar a sanções, mesmo que a influência de terceiros não tenha sido culpa da associação membro em questão (art. 14, parágrafo 3 dos Estatutos da Fifa)", diz o documento.

 

Para a Fifa, a Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês) é a única que poderia resolver conflitos envolvendo clubes e associações esportivas. 


Do Bahia Notícias / BN

  

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