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quinta-feira, 28 de março de 2024

Uma história por trás de uma cruz - Saiba a origem do cruzeiro do Umbuzeiro

A história não tem nada a ver com a morte de alguém e sim com uma promessa feita por um pai que resgatou o seu filho após uma depressão profunda, entenda
A cruz muitas das vezes representa o local da morte de uma pessoa, talvez pelo fato da crucificação de Jesus Cristo, pois é muito comum se colocar um cruzeiro no local onde um ente querido faleceu. Contudo, a cruz que vamos falar e que fica no topo do monte do Umbuzeiro em Ichu, onde muitos cristãos católicos visitam durante a SEMANA SANTA, não tem nada a ver com a morte de alguém e sim com uma promessa feita por um pai que resgatou o seu filho após uma depressão profunda e é exatamente sobre isso que vamos abordar nesta reportagem.

A história da cruz que fica no monte do Umbuzeiro começou com um caso de saúde na família do senhor José Norberto dos Santos. Segundo uma das netas, a senhora Terezinha Santos da Silva, hoje com 68 anos, o filho do senhor José Norberto, João Teodoro dos Santos conhecido como João Norberto tinha participado de um torneio de viola em Cachoeira de São Félix e havia vencido o torneio, o evento durou três dias e o mesmo foi montado a cavalo.

João Norberto | Foto: Arquivo
Segundo o relato, após três dias que ele tinha chegado da viagem a esposa dele a senhora Marcelina Barcelar dos Santos faleceu de uma doença desconhecida e depois de uma semana da morte dela ele entrou em depressão profunda, pegou a viola, saiu de casa e foi morar na mata, lá no monte do Umbuzeiro como um "doido" onde ficava dia e noite tocando a sua viola até que as cordas se quebraram. A neta conta ainda que para comer, o pai dele (José Norderto) juntamente com o patrão seu Né do Umbuzeiro matavam carneiro, assava a carne e colocava debaixo de um pé de árvore junto com um pote de água e uma cuia para que ele pudesse comer e beber, porque se ele visse às pessoas se aproximando ele corria não permitindo a aproximação. Ela conta que depois eles iam conferir se ele tinha ido comer e via que o mesmo estava se alimentando. 

Neste período o pai, com a ajuda de alguns amigos e vizinhos, tentaram de tudo para resgatar, mas ele não permitia que alguém se aproximasse dele de jeito nenhum. Foi aí que o senhor Zé Norberto como também era conhecido o pai aflito, resolveu fazer a promessa ao Senhor do Bonfim que se ajudasse a resgatar o filho, com vida, que ele colocaria uma cruz no local. 

Seu Zé Lorde que era vaqueiro e cunhado de João Norberto teve a ideia de juntar todos os vaqueiros da região e os caçadores com seus cachorros para tentar capturar o homem, e isso aconteceu em um domingo quando o grupo cercaram o morro a cavalo e outros a pé com os cães e encurralaram o refugiado no tôpo do monte onde conseguiram capturar à força. Ele já estava com a barba e o cabelo enorme, todo sujo, unhas grandes e trouxeram amarrado até a casa do seu pai.

Na época seu pequeno Cedraz era um comerciante bastante influente e juntamente com Luíz Júlio e seu João Epifânio ajudaram no tratamento até que ele reestabeleceu a sua saúde. Foi aí que o senhor José Norberto cumpriu com a promessa, construiu a cruz e com ajuda de vários homens levaram até o tôpo do monte e colocaram no mesmo local onde o filho havia sido capturado. Essa cruz existe e persiste até os dias de hoje.

Uma das primeiras pessoas a visitar a cruz na quinta-feira da paixão é a neta de João Norberto a senhora Terezinha Santos da Silva, Ninha como é carinhosamente conhecida, ela faz questão de meditar e pedir a proteção divina por todos os membros de sua família. 

Foi dona Ninha quem procurou a reportagem para contar a história da origem da cruz que segundo ela ouvia da sua mãe dona Josefa Tibortina dos Santos, uma história que poucos conhecem, mas que agora é destaque no Portal da Boa Informação.

Cemitério de pagãos
Ao lado da cruz também existe um cercado feito de pedras que poucos sabem o que significa. Em outra reportagem do Ichu Notícias divulgada no dia 06 de abril de 2012 já falamos sobre isso, pois se trata de um cemitério de pagãos, criado há muitos anos atrás para enterrar as crianças que morriam antes de serem batizadas, que segundo a tradição da época, a criança que morresse sem ser batizada tinha que ser enterrada ao lado de uma cruz. Segundo contam os moradores antigos desta localidade, muitas pessoas vinham de longe a cavalo com crianças mortas dentro de uma caixa de papelão para enterrar exatamente neste cemitério, dizem estas pessoas que já existia um cavador ao lado do cemitério para facilitar na hora de cavar a cova onde seria enterrado o anjinho.
No final da tarde desta quinta-feira, 28 de março de 2024, o Ichu Notícias esteve visitando o cruzeiro e registrou o movimento do local. A reportagem foi AO VIVO e resumidamente foi recontada essa linta história, confira.

Redação Ichu Notícias

2 comentários:

  1. Parabéns Valdir e Ichunoticias, teus trabalhos em buscas de histórias e esclarecimento é uns dos melhores trabalhos que já vi. Além disso o orgulho de ter um repórter Ichuense que ama o que faz e se dedica 24hs por dia, que Deus continue lhe abençoando.

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  2. Parabéns Valdir Carneiro pelo seu lindo trabalho ! Abraço companheiro,curto o Ichu notícias todos os dias !

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