A prisão ocorreu na manhã desta quarta-feira (2), logo após o candidato subir na base da estátua do Cristo Redentor, na Praça Getúlio Vargas
Depois de jogar dinheiro para a população, o candidato a prefeito de Coari (AM) Dr. Raione Cabral (Mobiliza) foi preso pela Polícia Federal em flagrante por corrupção eleitoral |
Foto: Reprodução redes sociais |
Veja o momento em que o candidato Dr. Raione Cabral (Mobiliza) joga dinheiro para a população em Coari (AM):
Equipe da PF já estava em Coari investigando possíveis crimes eleitorais
A Superintendência da PF no estado do Amazonas confirmou à Gazeta do Povo que uma equipe completa, com delegado e investigadores, estava na cidade investigando possíveis crimes eleitorais na região. Após terem recebido a denúncia, os agentes rapidamente foram até o local e prenderam o candidato em flagrante. Ao ser conduzido pelos policiais federais, Cabral acenou para as pessoas.
A princípio, informou a PF, o candidato deve ser autuado por corrupção eleitoral. Mas os investigadores ainda estariam analisando os fatos para tentar identificar outros possíveis crimes cometidos por Raione Cabral. A reportagem está tentando contato com a defesa do candidato.
Foto: Reprodução redes sociais |
Candidato preso por jogar dinheiro presidiu convenção do partido pelo celular
No site oficial de registro de candidaturas do Tribunal Superior Eleitoral, o candidato do Mobiliza à prefeitura de Coari aparece com sua candidatura deferida com recurso. Para a Justiça Eleitoral, a convenção municipal do partido que definiu o nome de Dr. Raoine Cabral como candidato teria sido inválida. Um dos motivos seria a ausência do candidato no local da convenção.
Em sua defesa, Cabral explicou que tinha pedido o adiamento da convenção, mas foi orientado por seus advogados a realizar o evento, obrigatório pela Lei Eleitoral, na data pré-estabelecida. A comissão provisória presidida por ele não estaria com a legitimidade formal para realizar a convenção. E como Cabral não estava na cidade de Coari no dia marcado, o evento foi comandado por ele de forma remota, pelo celular.
“De forma virtual, o recorrido resolveu presidir a cerimônia da convenção que seria realizada na escola. Contudo, quando os convencionais chegaram à escola, esta estava fechada, tendo os convencionais se dirigido à sede municipal do partido. O recorrido realizou a convenção, tendo a presidido de forma virtual. É verdade o que disseram os impugnantes e agora recorrentes quando disseram que o recorrido não estava em Coari na data da convenção, mas é errônea a afirmação de que ele não presidiu a solenidade da convenção”, detalha a defesa de Cabral.
Grupo oferecia até R$ 40 mil para candidatos desistirem de campanha
Também nesta quarta-feira, a PF deflagrou uma operação contra uma quadrilha que oferecia até R$ 40 mil, em espécie, para que candidatos a vereador desistissem da campanha eleitoral e apoiassem outro grupo, para prejudicar a quantidade mínima de candidatos registrados no partido adversário.
O caso é investigado em Caxias, no Maranhão, a cerca de 360km de São Luís, a capital do Estado. A PF não informou os alvos da investigação nem dos candidatos que teriam aceito tal proposta, sequer os partidos que integram. A corporação disse apenas que identificou a associação criminosa que vem cometendo os crimes eleitorais.
Foram cumpridos três mandados de busca e apreensão nas residências dos suspeitos, na manhã desta quarta-feira. Eles poderão responder pelos crimes de associação criminosa e diversos crimes previstos na legislação eleitoral.
Os valores em espécie e materiais apreendidos serão encaminhados à Justiça Eleitoral e, quando autorizado judicialmente, serão encaminhados para a realização de exames periciais visando a coleta de novos elementos, pessoas envolvidas e a identificação de outros crimes relacionados.
PF apura possível compra de votos com Cheque Moradia
Ainda nesta quarta, mas em Marabá, no Pará, a PF deflagrou a Operação Voto em Xeque, visando combater o crime de corrupção eleitoral, supostamente praticado por dois candidatos a vereador.
Foram cumpridos três mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Eleitoral após representação do Ministério Público Eleitoral: dois nas casas dos alvos e um em gabinete na Câmara Municipal de Marabá.
As investigações apontam o uso ilegal da máquina pública por parte dos candidatos, que teriam oferecido Cheque Moradia em troca de votos. Um dos investigados, inclusive, é candidato à reeleição para o cargo de vereador na cidade.
Cheque Moradia é um programa habitacional, criado pelo Governo do Pará, que oferece um auxílio financeiro de até R$ 20 mil reais para a construção, reforma, ampliação ou aquisição de imóveis, para famílias com renda de até três salários-mínimos.
No decorrer das buscas, foram apreendidos diversos documentos e mídias digitais, que interessam à persecução penal. As investigações e análises dos materiais apreendidos ficarão a cargo da Polícia Federal.
Servidor é preso com R$ 120 mil em carro oficial
Já na terça-feira (1º), em ação conjunta com a Polícia Rodoviária Federal, a PF prendeu um servidor público estadual e apreendeu R$ 120 mil em ação de combate a crimes eleitorais em Roraima. Também foram apreendidos dispositivos eletrônicos que serão analisados durante a investigação.
“Após informação recebida através do canal de denúncias de crimes eleitorais, a PF fez a análise preliminar dos dados obtidos que, ao ser confirmada a plausibilidade da informação, solicitou apoio à PRF que realizou a abordagem e encontrou a quantia numa bolsa dentro de um veículo oficial”, disse a PF em nota, sem mais informações.
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