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sexta-feira, 29 de novembro de 2024

Coité - Julgamento do suspeito de tentar matar mãe e filha no bairro Cidade Jardim pode acontecer no início de 2025

Réu alega uso de múltiplas drogas e afirma não se lembrar do crime que aconteceu no dia 15 de maio
Quase sete meses depois da tentativa de duplo feminicídio contra mãe e filha praticados pelo ex-companheiro da moça, no bairro Cidade Jardim em Conceição do Coité, a jornalista Rafaela Rodrigues buscou informações sobre o andamento do processo.

O crime que chocou a cidade ocorreu na madrugada do dia 15 de maio, quando, segundo informações, o rapaz M. F. S, 31 anos, desferiu golpes de faca contra a ex-companheira L.E.A, 23 anos, e a mãe M.M.S, 49 anos [relembre].

O juiz de direito da Vara Criminal de Conceição do Coité, Gerivaldo Neiva, informou que o processo dos envolvidos está em fase final e o réu segue preso.

“As vítimas e testemunhas já foram ouvidas, elas confirmaram a tentativa de duplo feminicídio”, disse Neiva.  

O magistrado relatou ainda que o réu (M) foi interrogado e alegou que fez o uso de múltiplas drogas no dia da ocorrência, não se lembrando dos fatos.

Juiz, Gerivaldo Neiva   
Foto: Raimundo Mascarenhas
O juiz concluiu dizendo que, após as alegações finais, será marcado um júri, que poderá ocorrer no primeiro trimestre de 2025, caso não haja problemas no processo.  

Procuramos a defesa do homem que, até o fechamento da reportagem, não deu retorno. O espaço ficará aberto!  

Vítimas e os danos psicológicos!  
A jornalista Rafaela Rodrigues procurou a ex- companheira de M. de modo a saber como a moça se encontra após esse triste episódio. L. falou que no momento não gostaria de entrar em detalhes devido aos fatos recentes e o impacto emocional que ela e a mãe enfrentam.  

O olhar da psicologia
Psicóloga Jessyca Oliveira
A psicóloga e coordenadora da clínica escola de psicologia da Faresi, Jessyca Oliveira, relatou que uma tentativa de feminicídio pode causar diversos danos psicológicos na vida das vítimas, citando o caso de L., que não deseja relembrar a tragédia.

“Ela pode ter desenvolvido um estresse pós-traumático, que faz com que reviva o acontecimento por meio de flashbacks, pesadelos, pensamentos intrusivos, sensações constantes de perigo, dificuldades para relaxar e a evitação de certos lugares ou pessoas que a façam recordar desse estresse traumático. Assim, podem surgir também sintomas de ansiedade e pânico, devido ao medo de que a violência ocorra novamente”, explica.

Jessyca acrescentou que situações como tentativas de violência doméstica podem levar à perda de interesse por atividades cotidianas que antes a vítima costumava realizar.

“Uma tentativa de feminicídio pode afetar a autoestima, pois a vítima pode sentir culpa ou vergonha pela violência que sofreu. Isso diminui a confiança em si mesma, impactando a capacidade de tomar decisões e de se proteger, o que muitas vezes resulta em isolamento social, especialmente no âmbito afetivo.”

O Apoio  
Psicóloga Jessyca Oliveira
Para a profissional, uma das maneiras de aliviar a dor de alguém que sofreu violência é por meio do apoio psicológico.

“Além de outras formas de suporte, é fundamental que a vítima receba acompanhamento psicológico, ou seja, que participe de sessões de psicoterapia para minimizar os impactos que isso pode ter em sua vida. Existem terapias especializadas que se concentram na capacidade de superar esses traumas e o tratamento varia de acordo com o caso. Por fim, o apoio de familiares e amigos também é muito importante neste processo”, finaliza Jessyca.

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Do Portal Raízes / PR

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