Por que os índices no município são tão reduzidos? Será que os homens de Coite estão imunes ao câncer de próstata?
Praticamente ao término de novembro deste ano, que é marcado pela campanha do novembro azul, uma iniciativa global contra o câncer de próstata, a jornalista Rafaela Rodrigues decidiu pesquisar o número de casos diagnosticados em 2024 no Sistema Único de Saúde (SUS) de Conceição do Coité, localizada na região sisaleira.
De acordo com informações fornecidas por Levi Ramos, diretor de Atenção Básica da cidade, apenas 18 casos positivos foram identificados.
Por que os índices são tão reduzidos? Será que os homens de Coite estão imunes ao câncer de próstata?
Levi esclarece que, mesmo com a demanda, uma das razões para a quantidade reduzida de casos na cidade é a identificação da enfermidade e o tratamento que os pacientes buscam em outras regiões ou até mesmo em clínicas particulares, além da resistência dos homens em se submeter ao exame de toque.
“Muitos homens ainda relutam em realizar o exame de toque, que é crucial para detectar o câncer de próstata. Existe uma percepção negativa ligada ao que se considera um ‘cabra macho’, especialmente no nordeste, mas temos observado um aumento significativo na participação da comunidade em iniciativas de prevenção e nas campanhas de sensibilização. No nosso município, contamos com 25 Unidades de Saúde, todas engajadas em ações educativas, não apenas durante o novembro azul, mas com um foco ampliado nesse período para atrair a atenção da população sobre a importância dos cuidados necessários para prevenir a doença. Enfatizamos que o diagnóstico precoce é essencial para um prognóstico favorável”, esclarece.
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“É evidente que ainda não atingimos o estágio ideal, mas continuaremos trabalhando sem desmotivação. Conforme mencionei, foram realizadas 25 campanhas nas unidades de saúde da Atenção Básica, além de eventos em locais estratégicos e em outros setores, como no Centro de Fisioterapia, Centro de Especialidades e CAPS e uma iniciativa desenvolvida em colaboração com a FARESI. Nossos projetos têm gerado um efeito cada vez mais benéfico na comunidade, o que é essencial para a nossa promoção da saúde. As atividades realizadas incluem dinâmicas, palestras e rodas de conversa, sempre com o apoio de nossas equipes”, comentou.
Em Coité, Levi mencionou que há uma variedade de serviços disponíveis para os moradores da cidade.
“Disponibilizamos atendimento médico e de enfermagem, exame do toque, suporte psicológico e nutricional, além de sessões em grupo e individuais com fisioterapeutas e educadores físicos. Também realizamos a coleta de sangue para o exame de PSA, uma das metodologias utilizadas para o rastreamento do câncer de próstata, testes rápidos para infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), entre outros serviços,” acrescenta.
O câncer de próstata é a forma mais frequente de câncer entre os homens e responde por 28,6% das mortes na população masculina que apresenta tumores malignos. De acordo com as informações mais atualizadas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Brasil, um homem morre a cada 38 minutos em decorrência dessa doença.
O que é a próstata?
É uma glândula do sistema reprodutor masculino, que pesa cerca de 20 gramas e se assemelha a uma castanha. Ela localiza-se abaixo da bexiga e sua principal função, juntamente com as vesículas seminais, é produzir o esperma.
Sintomas:
Na fase inicial, o câncer de próstata não apresenta sintomas e, quando alguns sinais começam a aparecer, cerca de 95% dos tumores já estão em fase avançada, dificultando a cura. Na fase avançada, os sintomas são:
• dor óssea;
• dores ao urinar;
• vontade de urinar com frequência;
• presença de sangue na urina e/ou no sêmen.
Fatores de risco:
• Histórico familiar de câncer de próstata: pai, irmão e tio.
• raça: homens negros sofrem maior incidência deste tipo de câncer;
• obesidade.
Prevenção e tratamento:
A única forma de garantir a cura do câncer de próstata é o diagnóstico precoce. Mesmo na ausência de sintomas, homens a partir dos 45 anos com fatores de risco, ou 50 anos sem estes fatores, devem ir ao urologista conversar sobre o exame de toque retal, que permite ao médico avaliar alterações da glândula, como endurecimento e presença de nódulos suspeitos, e sobre o exame de sangue PSA (antígeno prostático específico). Cerca de 20% dos pacientes com câncer de próstata são diagnosticados somente pela alteração no toque retal. Outros exames poderão ser solicitados se houver suspeita de câncer de próstata, como as biópsias, que retiram fragmentos da próstata para análise, guiadas pelo ultrassom trans retal.
A indicação da melhor forma de tratamento vai depender de vários aspectos, como estado de saúde atual, estadiamento da doença e expectativa de vida. Em casos de tumores de baixa agressividade, há a opção da vigilância ativa, na qual periodicamente se faz um monitoramento da evolução da doença, intervindo se houver progressão da mesma.
Do Portal Raízes com algumas informações do novembro azul no site Agência Brasil | Foto: Roman Budnyi / iStock
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