O delegado preso foi acusado por Gritzbach, em sua delação premiada, de extorsão. Na época, o delegado comandava uma investigação em que o delator era suspeito de mandar matar dois integrantes do PCC. Os policiais civis são suspeitos de colaborar com o PCC, garantindo proteção e facilitando a lavagem de dinheiro por meio da compra de imóveis através de intermediários ou empresas de fachada.
Uma operação realizada nesta terça-feira (17) prendeu sete pessoas, incluindo um delegado e mais três policiais civis suspeitos de atuar para o Primeiro Comando da Capital (PCC). Falta cumprir ainda um mandado de prisão contra mais um policial, considerado foragido.
Segundo as investigações, o esquema criminoso envolveria manipulação e vazamento de investigações policiais, venda de proteção a criminosos e corrupção para beneficiar um esquema de lavagem de dinheiro do PCC.
A ação é realizada pela Polícia Federal (PF) e promotores do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), com apoio da Corregedoria da Polícia Civil.
Joias apreendidas na operação da PF e MP que prendeu policiais de São Paulo suspeitos de atuar para o PCC — Foto: Reprodução |
A operação é resultante do cruzamento de diversas investigações sobre o PCC, inclusive o assassinato do delator Vinícius Gritzbach, ocorrido em 8 de novembro, no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
O delegado preso foi acusado por Gritzbach, em sua delação premiada, de extorsão. Na época, o delegado comandava uma investigação em que o delator era suspeito de mandar matar dois integrantes do PCC.
O advogado Daniel Bialski, que faz a defesa do delegado e de um dos policiais, disse que considera a prisão de seus clientes abusiva, mas que só vai se pronunciar após ter acesso à decisão judicial que determinou a prisão.
O g1 tenta localizar a defesa dos outros presos.
Procurada, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo disse que a Corregedoria da Polícia Civil acompanha a operação e que não possui mais detalhes.
As investigações apontam que a facção, com o apoio dessa organização criminosa, movimentou mais de R$ 100 milhões desde 2018.
São 130 policiais federais e promotores com apoio da Corregedoria nas ruas. Ao todo, são 8 mandados de prisão e 13 de busca e apreensão na capital de São Paulo e nas cidades de Bragança Paulista, Igaratá e Ubatuba, no interior do estado.
Os investigados, de acordo com suas condutas, vão responder pelos crimes organização criminosa, corrupção ativa e passiva e ocultação de capitais. As penas somadas podem alcançar 30 anos de reclusão.
A operação foi batizada de Tacitus, termo que vem do latim que significa silencioso ou não dito, em alusão à forma de atuar da organização criminosa.
Os policiais civis são suspeitos de colaborar com o PCC, garantindo proteção e facilitando a lavagem de dinheiro por meio da compra de imóveis através de intermediários ou empresas de fachada. Eles também são suspeitos de desviar bens que deveriam ser apreendidos.
Fonte: g1
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