Juçara Silveira de Oliveira tem 65 anos e é viúva de Mário Raimundo da Silva Oliveira, conhecido por Mario da Caixa, falecido em 2009. Ela relata ter tido uma experiência parecida com a do filme Ghost – Do Outro Lado da Vida
Você provavelmente já assistiu a Ghost – Do Outro Lado da Vida, no qual o protagonista, Sam Wheat, é um executivo apaixonado pela namorada, Molly. Ele morre, mas sua alma continua em outro plano.
Reprodução Google |
Juçara - Arquivo pessoal |
No dia 05 de março de 2009, a coiteense tinha uma rotina normal com o esposo Mário Raimundo da Silva Oliveira, conhecido por Mario da Caixa, que, naquela época, tinha 50 anos.
Mario chegou em casa após uma atividade física e teve um ataque cardíaco em poucos instantes.
Mário da Caixa |
Na cerimônia de luto, a vereadora pediu que um profissional pintasse uma faixa com a seguinte frase: Mor, seja paciente! Entro!
Os dias foram passando e, a cada semana pós-funeral, várias faixas eram estendidas em frente do cemitério, contendo várias declarações de amor da viúva para o amado.
Seria uma demonstração de uma pessoa vulnerável?
Conforme Juçara, não! A coiteense afirma que as frases expostas tinham como objetivo demonstrar aos habitantes que mantinha diálogos com Mário mesmo após sua morte.
“Não ocorreu um processo de loucura ou depressão. Tudo o que fiz está dentro da minha essência e doutrina espiritual”, explica.
Além das faixas, a esposa de Mário da Caixa revelou que teve uma comunicação com o esposo por meio de cartas supostamente psicografadas, ou seja, mensagens que espíritos desencarnados enviam a parentes para consolo-los em relação à dor da morte.
No texto, lido por um médium, é possível ouvir declarações de amor de Mário, que, mesmo com a morte física, o amor pela esposa aumentou. Confira:
Seria uma loucura?
Ela recorda que suas crenças na existência após a morte provocavam compaixão nas pessoas, especialmente por manter sua lealdade ao amado.
“Alguns sentiam dó de mim e questionavam-me sobre minha fidelidade a Mário. Sim, com um amor esplêndido e surreal! Ele teve mérito, sendo aprovado por diversas mulheres. Os homens acreditam que eu sou uma mulher atípica”, comenta.
Ela afirmou que não passou por nenhuma fase de luto durante a morte de Mário, pois enfrentou uma experiência dolorosa ao perder a mãe enquanto ainda era criança.
“Podem imaginar que sou louca, deprimida, mas essas palavras não me atingem. Eles não compreendem o motivo de tanto amor por ele, mas eu amo-me por amar Mário.”
Quando questionada sobre o que Juçara sente falta do esposo, ela respondeu: Do sorriso e da brincadeira. Se ele estivesse presente, com certeza diria: “Eu te amo!”.
Final do longa Ghost X Juçara e Mário.
A coiteense acredita que foi assim!
“Eu o preparava para sobreviver com independência, desligando-o da atmosfera. Assim foi”, finaliza.
O que a psicologia ensina!
A psicóloga Jessyca Oliveira disse que a psicologia não se limita às questões religiosas, mas o luto é emocional e complexo.
Jessyca Oliveira- Psicóloga |
Em relação às homenagens constantes de Juçara para Mário, Jessyca disse que pode ser uma tentativa de manter a ligação que tinha com o esposo.
“É uma maneira de manter-se viva, ativa dentro dela, e as homenagens expressam a idealização do falecido e o receio de esquecimento ou falsa sensação de estar seguindo em frente. Assim sendo, as homenagens acabam por preencher uma lacuna que pode estar em aberto. Ademais, temos a hipótese dela acreditar na existência após a morte e em um propósito por trás da história do casal” , explica.
Jessyca acrescentou que o fato de os comportamentos estarem estabelecidos não significa que a pessoa esteja com um problema psicológico.
“Por vezes, é uma atitude espiritual autêntica de continuar com o luto. Pode ser para Juçara, talvez. Pode ser que ela acredite que está se separando da pessoa que fez parte de sua existência. De maneira geral, dentro da psicologia e da religião, as pessoas necessitam de um apoio e nosso desenvolvimento é individual”, afirmou.
A psicóloga disse que as homenagens podem ter sido uma forma que Juçara buscou para amenizar a saudade, mas nem todos os casos se aplicam ao da coiteense.
“Quando as homenagens interferem no dia a dia e na habilidade de estabelecer novas conexões, apresentando sintomas de ansiedade, depressão ou isolamento social, é imprescindível procurar ajuda de um especialista”.
O espiritismo é uma doutrina.
Saiba mais: Clique aqui
Por Rafaela Rodrigues | Portal Raízes
Nenhum comentário:
Postar um comentário
AVISO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do ICHU NOTÍCIAS.
Neste espaço é proibido comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. Administradores do ICHU NOTÍCIAS pode até retirar, sem prévia notificação, comentários ofensivos e com xingamentos e que não respeitem os critérios impostos neste aviso.