quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

Número de transações do Pix tem queda recorde em meio a fake news sobre taxação

Levantamento mostra maior queda desde implementação do sistema em 2020
O número de transações realizadas via Pix teve uma queda significativa nos primeiros dias de janeiro, a maior registrada desde o lançamento do sistema em 2020. Entre 4 e 10 de janeiro, o volume de operações foi de 1,25 bilhão, uma redução de 10,9% em relação ao mesmo período de dezembro, conforme levantamento feito pelo jornal O Globo com dados do Banco Central. Esse período, que inclui o pagamento de salários, normalmente concentra o maior número de transações do mês.


A queda ocorre em meio à propagação de fake news sobre a tributação do Pix, o que tem gerado incertezas entre os brasileiros. Muitos temem que o governo amplie a fiscalização sobre as transações, afetando especialmente pequenos comerciantes e trabalhadores informais. A Receita Federal, no entanto, nega que a intenção seja focar nesses grupos.

Apesar de ser o meio de pagamento mais utilizado no país, o Pix teve seu crescimento interrompido neste início de 2025, algo atípico para o sistema. Historicamente, as transações só haviam diminuído em janeiro de 2022 e em julho de 2024.  

As dúvidas em torno do sistema aumentaram com as mudanças na legislação, que ampliaram a fiscalização sobre as movimentações financeiras e a obrigatoriedade de declarar transações superiores a R$ 5 mil mensais para pessoas físicas e R$ 15 mil para empresas. A Receita Federal diz que o objetivo é combater fraudes e lavagem de dinheiro, e que a identificação de transações específicas, como Pix ou TED, não é feita.  

Especialistas destacam que a norma não traz mudanças significativas na atuação da Receita.  

Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, o governo Lula está acelerando a preparação de uma campanha de esclarecimento para desmentir rumores sobre a taxação do Pix. A iniciativa foi solicitada pelo ministro Sidônio Palmeira, ainda antes de sua posse na Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), que aconteceu na terça-feira (14). Na véspera, a Secom pediu que as agências de comunicação do governo apresentassem uma estratégia digital para combater a desinformação sobre as novas regras de monitoramento das transações via Pix.

A urgência na criação da campanha foi motivada pela rápida disseminação de informações que apontavam que o governo passaria a tributar essas operações, o que é mentira. Segundo a Folha de S. Paulo, o briefing enviado pela Secom foi direto: esclarecer que não haverá taxação das transações realizadas via Pix. As peças publicitárias deveriam ser entregues em menos de 24 horas, com prazo até o meio-dia da data da posse de Sidônio.

Esse movimento de esclarecimento surgiu após a oposição, especialmente nas redes sociais, criar um cenário de preocupação. Na segunda-feira, o vídeo de Nikolas Ferreira (PL-MG) criticando as novas regras da Receita Federal alcançou mais de 100 milhões de visualizações no Instagram, gerando receios entre pequenos comerciantes, alguns dos quais passaram a recusar pagamentos via Pix em favor de dinheiro vivo. O mesmo vídeo também viralizou no TIkTok.  

Fonte: Correio

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