Um levantamento realizado pelo HEC apontou que, em 2024, o hospital realizou 33 partos em meninas de 14 anos ou menos.
No ano passado, 186 adolescentes deram à luz no Hospital Estadual da Criança (HEC) em Feira de Santana. O número reforça a importância de ampliar o debate sobre os riscos, tanto para mães quanto para bebês, da chamada gravidez na adolescência, modalidade como são classificadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) as gestações que ocorrem dos 10 aos 19 anos.
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Número de partos realizados em adolescentes no HEC Foto: Departamento de Arte/Acorda Cidade |
Em entrevista ao Acorda Cidade, a enfermeira Nayana Silva, que coordena o Centro Obstétrico do HEC, explicou que a partir do momento em que uma adolescente grávida chega à unidade em trabalho de parto, o hospital inicia o protocolo de acolhimento da jovem, realizando o levantamento do histórico de saúde e a classificação de risco.
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Nayana Silva, enfermeira e coordenadora do Centro Obstétrico do HEC Foto: Ney Silva / Acorda Cidade |
Normal ou cesáreo
A coordenadora explicou que o hospital tem a capacidade de atender casos de alta complexidade, porém, seguindo a literatura médica e levando em consideração a baixa idade das pacientes, o ideal é sempre, se possível, realizar o parto normal.
“É um parto fisiológico, é melhor para a paciente e para o seu bebê. Nós temos enfermeiras obstétricas dentro do nosso centro obstétrico para poder atender essas pacientes e, quando for indicada a cesariana, durante a gestação, a paciente pode dar entrada através da lista no nosso prontuário de alto risco com encaminhamento vindo do pré-natal”, disse Nayara ao Acorda Cidade.
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Fachada do Hospital Estadual da Criança (HEC) em Feira de Santana Foto: Ney Silva / Acorda Cidade |
A enfermeira explicou que a paciente precisa fazer o pré-natal, uma espécie de acompanhamento médico que é realizado durante a gravidez, em uma unidade básica de saúde disponível no município, para ser encaminhada, caso necessário, para o HEC.
Nayara explicou que o hospital conta com uma equipe multidisciplinar para atender as adolescentes, que conta com médico, enfermeiro, técnico de enfermagem, assistência psicológica, nutricionista, serviço social e fisioterapeuta, para dar assistência tanto para a mãe quanto para o recém-nascido.
Os riscos
A enfermeira Rayana Marinho, Coordenadora da enfermaria obstétrica do HEC, explicou que o trabalho de parto de prematuros, bebês que nascem antes de completar 37 semanas de gestação, são classificados como uma situação emergencial, mas que os riscos são os mesmos em toda a faixa etária da adolescência.
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Rayana Marinho, enfermeira e coordenadora da enfermaria obstétrica do HEC Foto: Ney Silva / Acorda Cidade |
Marinho explicou que, dependendo da idade da paciente, a polícia precisa ser acionada, porque o caso pode ser enquadrado como estupro de vulnerável, e que todos os casos de gravidez na adolescência são informados ao Conselho Tutelar. A enfermeira reforçou que o HEC sempre coloca à disposição das pacientes uma rede de apoio.
Leia também:
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Por Jefferson Araújo (sob supervisão) com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade / AC
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