A Polícia Civil de Feira de Santana desencadeou uma mega operação, com apoio de 90 investigadores das delegacias de Feira, São Gonçalo dos Campos, Alagoinhas e Salvador, ainda com o auxílio do Centro de Operações Especiais (COE) e do helicóptero do grupamento GRAER. Esta operação deu continuidade à Operação Poço, realizada no mês de abril pelo coordenador da Polícia Civil, delegado Fábio Lordello. Desta vez, 18 pessoas acusadas de tráfico de drogas, assaltos e homicídios foram presas em flagrantes e por meio de mandados de prisões.
Foram presos Marilton Nunes de Jesus, vulgo "Mamai"; Sandra Oliveira da Cruz; Maik Ferreira Santiago; Josevaldo Bacelar Marcolino, vulgo "Memeu"; Adilton dos Santos Souza; Webert de Jesus Santos, vulgo "Binho"; Charles Moreira da Silva; José Maria Valencio dos Santos Junior, Cintia da Silva Melo; Benedito Souza Santos, vulgo "Neo Cego"; Maicon dos Santos Ferreira, vulgo "Neo Cego"; Rafael Santos da Fonseca, vulgo "Bastião"; Jhony Almeida Santos; Luciene de Jesus Santos; e Jackson Ribeiro Alves, vulgo "Dino"; José Antonio dos Santos, vulgo "Noia".
A operação aconteceu no bairro Queimadinha, no município de Alagoinhas e dentro do Conjunto Penal de Feira de Santana. Durante operação, os investigadores apreenderam 10 quilos de crack, 10 quilos de maconha, vários dolões de maconha, papelotes de cocaína, dezenas de pedrinhas de crack, tudo pronto para a venda, além de dois revólveres calibres 38, uma pistola 765 e uma espada de ninja e a quantia de 5 mil reais.
Como é comum em entrevista à imprensa, o acusado de tráfico, Mamai, negou tudo e disse que estava cumprindo pena no presídio por porte ilegal de arma, quando os investigadores chegaram e deram a voz de prisão. “Eles que estão falando que sou eu que comando o tráfico de drogas na Queimadinha. Mas, como é que vou comandar o tráfico se eu estou preso”.
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Traficante Mamai comandava o tráfico de dentro da prisão |
PRESIDIÁRIO COMANDAVA A QUADRILHA - Mesmo preso no Conjunto Penal de Feira de Santana, o presidiário conhecido como “Mamai” comandava boa parte do tráfico de drogas que acontecia no bairro Queimadinha, além de “autorizar” homicídios no bairro e em vários pontos da cidade.
O delegado Alexandre Narita, que também coordenou a operação, afirmou que o traficante Mamai ordenava seus crimes através de aparelhos de telefones celulares, mesmo dentro do presídio. “Esse traficante, que prendemos no mês de abril através da Operação Poço, continuava atormentando a comunidade da Queimadinha e outros bairros da cidade. De dentro do Conjunto, ele ordenava execuções de pessoas, ou seja, daquelas pessoas que não cumpriam as ‘leis’ do tráfico. Inclusive, ele teria ordenado a decapitação de uma pessoa (de nome não revelado) com a espada apreendida”.
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Delegado Alexandre Narita |
HOMICÍDIOS ELUCIDADOS - Os delegados Madson Sampaio (2ª Delegacia) e Matheus Souza (1ª) afirmaram que com as prisões dos envolvidos na operação, o S I das delegacias, deverá elucidar de 15 a 20 homicídios, ocorridos nas duas áreas. “O crime que vitimou Carlos Jesus de Oliveira, o Capenga, na noite da última de segunda-feira (26), no próprio bairro Queimadinha, já foi elucidado, os dois envolvidos, também foram presos nesta operação. Trata-se de Pé de Forca e Adailton Negão, também já elucidamos outros homicídios, onde em breve daremos mais detalhes”.
DESPEDIDA COM “CHAVE DE OURO” - Durante a apresentação dos presos da Operação, a reportagem do Folha do Estado perguntou ao coordenador Fábio Lordello se seria a sua despedida com chave de ouro. Ele respondeu: “Pode ser sim uma despedida com chave de ouro, mas esta operação é uma continuidade da Operação Poço, que desencadeamos em abril deste ano. Para vocês terem uma ideia, desde abril que viemos investigando essa quadrilha, que é liderada pelo traficante Mamai, que mesmo preso comandava o tráfico de drogas de boa parte do bairro Queimadinha”.
Questionado sobre a sua saída da Coordenadoria da Polícia Civil, o coordenador Fábio Lordello afirmou que está batido o “martelo” e que está aguardando só a exoneração sair. “Já solicitei minha saída informalmente, agora estou esperando a exoneração. Enquanto ela não sai, vamos dando continuidade às investigações que iniciamos, mas eu também já estou cumprindo horários na nova pasta que assumirei nos próximos dias, que é a Associação dos Delegados da Bahia. Mas estarei aqui em Feira até a publicação da minha exoneração”.
OPERAÇÃO POÇO - A Polícia Civil de Feira de Santana, sob o comando do delegado Fábio Lordello, com apoio de mais duas coordenadorias e outras delegacias. Ao todo, 11 delegados e 81 agentes de polícia desencadearam, no início da manhã de ontem, por volta das 6 horas, a “Operação Poço” nos bairros Queimadinha, Baraúnas e Parque Ipê, no intuito de combater o tráfico de drogas e homicídios, além de outros crimes. Durante a operação, um dos acusados de tráfico de drogas e homicídios, identificado como Tasio Bruno Brito Lima, 17 anos, reagiu à prisão e, na troca de tiros, não resistiu e morreu.
A operação resultou na prisão de 20 pessoas, sendo que 13 acusadas de tráfico de drogas e homicídios, entre eles o chefe de uma das quadrilhas da Queimadinha, conhecido como “Mamai”. Com os acusados, os policiais apreenderam 78 quilos de maconha, 500 gramas de cocaína, três veículos, dois revólveres calibre 38, uma pistola calibre 380, 174 cartuchos calibre 9 mm e a quantia de R$ 5.100 oriundos do tráfico.
INVESTIGAÇÃO - O coordenador Fábio Lordello afirmou em entrevista coletiva para imprensa que o Serviço de Investigação e Inteligência da Polícia Civil de Feira de Santana está monitorando todos os bairros da cidade com altos índices de criminalidade. “Após três meses de investigação, direcionada a uma das principais quadrilhas que atuam no tráfico de drogas, e nesta data foi desencadeada a “Operação Poço”, com objetivo de prender os principais envolvidos”, afirmou Lordello.
Ainda segundo o delegado, “a investigação foi realizada pela Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE), sob o comando do delegado Alexandre Narita, com apoio desta Coordenadoria, também com a Superintendência de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública (SSP), além das coordenadorias de Alagoinhas e Santo Amaro da Purificação”. (Polícia é Viola)