Com a abertura do aeroporto, o empresário e paraquedista, Salomão Abud, pretende incentivar a criação de um curso de paraquedismo em Feira de Santana.
Liberado no dia 16 deste mês, para pousos e decolagens de aviões particulares de pequeno porte, o aeroporto de Feira de Santana deve começar a operar também voos comerciais de cargas e de passageiros em breve. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) fez uma inspeção para verificar se, após a reforma realizada pelo Departamento de Infraestrutura de Transportes da Bahia (Derba), vinculado à Secretaria de Infraestrutura (Seinfra), o equipamento atende às exigências do órgão federal.
Os empresários da região avaliam que o aeroporto vai proporcionar desenvolvimento, além de economia de tempo e de dinheiro para o município, responsável pelo quarto maior Produto Interno Bruto (PIB) da Bahia, de acordo com números da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI).
O equipamento beneficia 330 mil moradores dos municípios de Feira de Santana, Serrinha, Conceição do Coité, Santa Bárbara, Coração de Maria, Alagoinhas, Amélia Rodrigues, São Gonçalo dos Campos, Santo Estevão e Anguera.
Segundo dados do Centro Industrial Subaé (CIS), em Feira há 172 indústrias atuando, entre as quais, multinacionais como a Pirelli, Vipal, Nestlé, Perdigão e Avipal. A Junta Comercial do Estado tem registradas, no comércio varejista, 18.671 empresas na cidade.
No comércio atacadista, existem 2.445 estabelecimentos, e outros 13.983 são prestadoras de serviços. Logística e paraquedismo Empresário do ramo médico e de transportes, Salomão Abud, que também é paraquedista, explica como o aeródromo vai influenciar a logística no município. Segundo ele, as empresas necessitam, com rapidez, de materiais que não existem em Feira ou em Salvador. Segundo ele, atualmente é preciso que os produtos sejam transportados de avião à capital e passem por outro processo de logística até chegar à cidade. “A partir da liberação do aeroporto para voos de carga, materiais como peças de automóveis, da indústria e de reposição podem vir direto para cá. Isso vai representar economia de tempo e dinheiro”, afirma o empresário. Abud diz ainda que dispõe de um monomotor e precisava vir a Salvador para utilizar o aparelho. “Em todo o processo de decolagem, aterrissagem, guarda do avião em um hangar, o custo é bem maior na capital do que aqui. Há também o tempo de espera da aeronave por causa do tráfego aéreo”.
Paraquedismo esportivo pode atrair investimentos e turistas Como é paraquedista, Salomão Abud também espera que Feira de Santana se torne um polo esportivo, a partir do aeroporto. “Quando eu ia saltar, precisava ir de carro até a Ilha de Itaparica, a 200 quilômetros daqui. Hoje já podemos decolar de Feira de Santana e fazer nosso salto lá”. Ele disse que, com a abertura do aeroporto, pretende incentivar a criação de um curso de paraquedismo em Feira.
Outro empresário, Antônio Soares, é piloto, instrutor e mecânico de aviões. Ele quer montar uma oficina para dar manutenção às aeronaves fabricadas em Feira de Santana, numa indústria ao lado do aeroporto, e às de outras fábricas.
Quanto à atual situação do aeroporto de Feira de Santana, é o piloto Leônidas Miranda, há 12 anos na profissão, quem resume a situação. “Eu considero um dos melhores aeródromos do estado. Está todo murado, a pista é de excelente qualidade, a pintura, o acesso”.
Investimento de quase R$ 2 milhões em obras.
O gerente do Derba, Jaime da Cruz, informa que foram investidos quase R$ 2 milhões na retirada de obstáculos, construção do muro no entorno do aeroporto, reformulação da pista, sinalização e na compra de nova biruta. Segundo ele, a unidade estava interditada porque a Anac fez uma vistoria inicial e constatou alguns problemas de segurança. “Após a reforma, houve esta nova vistoria e, desde o dia 16 deste mês, o aeroporto foi liberado novamente para pouso e decolagens”.
De acordo com Jaime, a Seinfra contratou uma empresa norte-americana que está fazendo um diagnóstico visando ao uso do aeroporto para transporte de passageiros e também de cargas. Ele lembrou que Feira de Santana deve receber, em pouco tempo, um polo logístico interligando os modais rodoviário, ferroviário e aéreo.
Várias companhias de aviação já visitaram o aeroporto com a intenção de operarem voos regulares na cidade, informa ainda o gerente do Derba. “Existe demanda e há várias locadoras que transportam diariamente passageiros para Salvador interessadas em fazerem voos”. (Fonte: Acorda Cidade)