Novo boletim médico diz que câncer de Reynaldo é um linfoma T angioimunoblástico. Ator está sendo preparado para iniciar a quimioterapia.
Reynaldo Gianecchini teve um sangramento na colocação de um cateter na noite de quarta, 17, de acordo com o boletim médico enviado pelo Hospital Sírio Libanês. A intercorrência foi tratada na hora e o estado de saúde dele é estável.
O ator ainda não começou a quimioterapia - ele foi diagnosticado com câncer linfático na última semana. O tratamento foi adiado e não teve a data inicial divulgada.
O comunicado também dá um diagnóstico mais preciso sobre o câncer do ator. Segundo o novo boletim, Giane tem um linfoma T angioimunoblástico.
Na noite desta quinta-feira, a atriz Claudia Raia, uma das visitas mais assíduas do ator, já tinha adiantado ao EGO que a quimioterapia tinha mudado de data. "Não teve nenhuma complicação, não. Ele colocou o catéter ontem (quarta-feira), e vai precisar de um ou dois dias para começar o tratamento. Mas a dra. Yana Novis, que está coordenando tudo, disse que começa com certeza esta semana ainda", contou Claudia.
Veja o boletim médico desta sexta, 19, na íntegra:
O ator Reynaldo Gianecchini Júnior segue internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, com diagnóstico final de linfoma T Angioimunoblástico.
Na noite de anteontem (17/8) durante a passagem de cateter central, apresentou como intercorrência sangramento que foi prontamente tratado com as medidas necessárias.
O paciente encontra-se estável sendo preparado para o início da quimioterapia e segue acompanhado pelas equipes coordenadas pelos Profs. Drs. Yana Novis, Raul Cutait e David Uip.
Como funciona o catéter Segundo Daniel Tabak, oncologista que tratou a autora de novelas Glória Perez, a colocação do catéter nesses casos é uma rotina simples e tem a função de criar uma via permanente de acesso para a medicação. “O catéter é um pequeno reservatório colocado sob a pele, normalmente na região abaixo da clavícula. Essa colocação é feita com anestesia local e leva menos de uma hora”, explicou o especialista que foi responsável pelo tratamento da novelista Glória Perez, que também teve um linfoma não-Hodgkin.
Já sobre uma primeira sessão de quimioterapia, o médico explicou que essa ação leva, em média, duas horas. “Mas isso depende do tipo de drogas que são utilizadas e combinadas. Essa medicação só pode ser determinada depois que o subtipo de linfoma não-Hodgkin é especificado. A grande maioria atinge as células do tipo B, mas existe um percentual que ataca os linfócitos do tipo T”, explicou. Segundo o boletim médico, o linfoma de Gianecchini é nas células T.
O médico contou ainda que o mal-estar que normalmente acomete o paciente depois das sessões de quimioterapia já são minimizados com outras drogas.
“Hoje em dia o paciente tende a suportar melhor a quimioterapia. Tanto que, normalmente, ela é uma atividade ambulatorial. O paciente recebe a medicação e pode retomar suas atividades, sempre tomando alguns cuidados. Como essas drogas tendem a afetar a imunidade, é importante evitar grandes espaços ou aglomerações e ter um acompanhamento nutricional”, diz ele acrescentando ainda que as sessões são realizadas de três em três semanas.
“Tudo depende do tipo de programa definido pela equipe médica para atacar o câncer e da resposta que vai sendo obtida”, diz.
Daniel Tabak diz ainda que o tratamento contra o linfoma nao-Hodgkin costuma acarretar a queda de cabelo. “A queda ou não de cabelo depende do tipo de quimioterapia que é administrada, mas nos casos de não-Hodgkin, em algum momento, o tratamento vai determinar a queda de cabelo”, disse.
Hematologista explica o câncer de Gianecchini
Mais cedo, a Doutora Yana Novis, hematologista, explicou, de forma genérica, como se comportava o linfoma da céluta. A médica explica que hoje existem, pela classificação da Organização Mundial de Saúde, pelo menos 30 subtipos diferentes de linfoma, e cada um deles têm as suas particularidades de tratamento e prognóstico. "É impossível generalizar".
Segundo a médica, nos últimos anos o maior avanço no tratamento dos linfomas foram os anticorpos monoclonais. "O mais comumente utilizado é o Rituximab. Esta droga é um anticorpo que ataca uma proteína na superfície das células dos linfomas B. As chances de cura para a maioria dos linfomas é sempre muito boa", diz. "Os linfomas considerados agressivos têm uma maior chance de cura quando comparamos aos linfomas indolentes", emenda.
Yana lembra que, segundo dados do Inca, nos últimos 25 anos a incidência quase que dobrou. "Não há ainda uma explicação conclusiva, mas postula-se que fatores ambientais, doenças virais e exposição a agentes químicos tenham um papel neste aumento", justifica. (ego.com).