Campo de sisal no povoado de Santa Rosa em Conceição do Coité |
Depois das poucas chuvas na região, motores de sisal de vários municípios voltaram a funcionar. Alguns estavam parados há mais de 40 dias, por causa da seca, o que gerou desemprego de muitos trabalhadores rurais. As chuvas não caíram com a mesma intensidade em todos os municípios. O volume variou entre 20 e 80 milímetros, mas foi o suficiente para deixar o sisal verde e pronto para desfibrar. Representantes de diversos sindicatos dos trabalhadores rurais da região informaram que com as chuvas haverá sisal para trabalhar por quase um ano. Mas alertam que ainda é preciso chover mais, para melhorar a situação nos municípios que vivem do cultivo de mandioca e feijão, por exemplo, e garantir água e comida para os animais de toda a região. “Com as chuvas, o agricultor tem estímulo para trabalhar e pode pagar o financiamento”, destaca o Secretário Geral do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Retirolândia, Arnaldo Carneiro. De acordo com ele, até propostas de crédito que estavam aguardando liberação pelo Banco do Nordeste, serão disponibilizadas agora. “Os recursos serão para compra de animais. O BNB já começou a receber novas propostas de concessão de crédito”, ressaltou Arnaldo. O Secretário de Agricultura de Araci, Antonio Pimentel, informou que o sisal está sendo desfibrado em 80 por cento dos motores do município. Segundo informações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), deve chover essa semana na maior parte dos 25 municípios da Região Sisaleira. O Coordenador Geral da FATRES, João Nilton Ferreira, afirmou que além da seca, outro motivo de desânimo para os agricultores é o fato de donos de batedeiras não pagarem o preço mínimo estabelecido pelo governo, que é de R$ 1,04. Um instrumento utilizado pelo governo para garantir que o sisal seja comprado pelo preço mínimo e os agricultores possam cobrir os custos com a produção, é o Prêmio para Escoamento de Produto (PEP). Hoje, os empresários recebem, como incentivo do governo, 23 centavos por quilo de sisal comprado, devendo pagar ao produtor o preço mínimo. João Nilton garante que, se essa situação de mantiver, os sindicatos farão mobilização para conscientizar os agricultores. “Para receber o PEP o empresário precisa de uma declaração do produtor, reconhecida pelo sindicato, comprovando a venda. Vamos orientar o produtor a só assinar esse documento quando receber realmente esse valor”, explica. João Nilton destacou ainda que, além da preocupação com o preço mínimo, a FATRES permanece orientando os agricultores, atendidos pelos serviços de assessoria técnica da entidade, sobre as técnicas de convivência com a seca como forma de reduzir os problemas causados pela estiagem.
ASCOM FATRES