O estudante Bruno Abreu da Silva foi atingido por dois tiros na madrugada de sábado (17) após uma briga na porta da boate Groove, no bairro da Barra, em Salvador. A vítima acusa um dos seguranças da casa de ter disparado contra ele.
Segundo reportagem do Correio, o estudante contou que saiu do Groove por volta das 2h40 do sábado para esperar alguns amigos, que ainda estavam dentro do estabelecimento, quando dois homens o abordaram pedindo o celular.
O estudante disse que reagiu e correu dos ladrões, mas acabou caindo e machucando a mão e o joelho. Apesar de ferido, ele tentou voltar à boate para chamar os amigos, mas foi impedido pelos seguranças. “Eu disse a ele (o segurança) que tinha sofrido uma tentativa de assalto e ele falou que viu, mas contou que não ia deixar eu entrar novamente. Eu insisti e disse que estava ferido e precisava falar com meus amigos, mas aí ele me deu uma gravata pra me tirar da frente do bar”, contou Bruno.
Em seguida, segundo Bruno, ele e o segurança brigaram e um segundo segurança apareceu armado. “Ele disse pra eu ficar parado, que ele era policial e que eu não fizesse mais nada. Logo em seguida, ele disparou duas vezes, no braço e na perna esquerda”, afirmou.
Ainda segundo o estudante, quando seus amigos saíram para socorrê-lo, o segurança ainda estava com a arma em punho e ameaçou os colegas.“Ele disse pra ninguém encostar, que era pra todo mundo ficar longe de mim. Foi aí que alguns taxistas começaram a gritar ‘foge, foge’ para o segurança”, relatou. Os dois seguranças fugiram do local e Bruno foi socorrido por um amigo para o Hospital Geral do Estado (HGE).
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Foto: Correio |
O estudante foi liberado à 10h da manhã de ontem e foi, à tarde, prestar depoimento na 14ª Delegacia (Barra), e depois foi ao Instituto Médico Legal (IML) para fazer exame de corpo de delito e um retrato falado do autor dos disparos.
O gerente do Groove, Plínio Marcos Silva, afirmou que os seguranças não trabalham na casa e que são contratados de uma empresa terceirizada. “Eu soube que houve uma confusão do lado de fora, mas estava dentro e não vi, mas não temos seguranças armados e, dentro da casa, eu posso garantir que não houve tiro”, afirmou. “Nossa responsabilidade com o cliente é do lado de dentro apenas”, concluiu o gerente.
O delegado Omar Andrade, titular da 7ª Delegacia (Rio Vermelho), que estava de plantão no HGE, foi até o local após colher o depoimento de Bruno. “Depois de ouvir a vítima, nos deslocamos para a boate para levantar o nome da segurança, mas o local já estava fechado. Tudo agora será investigado pela 14ª Delegacia”, contou.
Taxistas da região onde fica localizada a boate, na Rua Marques de Leão, afirmaram que os seguranças são conhecidos e que a maioria é policial. “Todo mundo sabe que os seguranças dessas boates daqui da Barra são da PM”, disse um taxista. Bocão News