Produzindo polpas de frutas, cocadas e sequilhos, uma cooperativa de Ichu, na Bahia, composta majoritariamente por mulheres, descobriu uma saborosa forma de reforçar a renda de 180 famílias de agricultores – e, de quebra, incrementar a merenda escolar da criançada da região. A Cooperativa de Produção, Comercialização e Serviços Padre Leopoldo Garcia (Cooperagil) já alcança a marca de quatro mil quilos de polpa produzidos por mês, e 100 quilos de sequilhos por semana, boa parte desta produção, além das cocadas, comercializada com apoio do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), instrumentos de compras públicas do governo federal.
“Os grupos produtivos da comunidade não tinham apoio nenhum. Criamos a cooperativa para organizar, comercializar e valorizar nossa produção”, conta Júnior Oliveira da Silva Araújo, 22, jovem agricultor familiar que é secretário da Cooperagil. A entidade, cuja sede fica na comunidade de Nova Esperança, abriga cerca de mil pessoas dos pouco mais de cinco mil habitantes de Ichu. A Cooperagil tem hoje aproximadamente 180 integrantes, em sua maioria mulheres. “As mulheres se organizam mais. Mulher vai puxando mulher, vai se organizando e fazendo”, opina Araújo sobre a supremacia feminina na entidade – que é, inclusive, presidida por uma mulher.