A médica mineira Júlia Rocha, 36, completou na manhã desta sexta (27) o
seu quinto plantão de 12 horas em uma UPA (Unidade de Pronto
Atendimento) de Belo Horizonte (MG). Ela diz que toda a equipe está no
limite. “Num plantão normal, a gente já não almoça. Mas agora está num
ritmo absurdo tão grande que a gente está deixando de tomar água para
não precisar parar e ir ao banheiro.”
Sua maior angústia é pensar na possibilidade de muita gente jovem e
idosa morrer de Covid-19 por causa da sobrecarga e da falta de recursos
dos serviços de saúde. “Não vai ter respirador, não vai ter oxigênio,
não vai ter medicação. E não vai ter corpo clínico ou de enfermagem para
atender todo mundo. O número de médicos, de enfermeiros, está longe de
ser o ideal para o que nos avizinha.”